Parei de treinar. E agora?
Com a pandemia e as orientações de isolamento, a frequência das atividades físicas diminuiu ou a prática, até mesmo, cessou. Ainda, com a chegada do frio é comum sentirmos aquela indisposição extra de treinar. Essas pausas podem afetar o condicionamento físico dos atletas, profissionais ou não, além da sensação de perda muscular.
“Há diminuição da performance normal. E essa perda no desempenho, pode, ainda, levar a maior número de lesões. Ou seja, o comprometimento é de dois modos: queda de performance e o aumento no risco de novas lesões no decorrer dos treinos, principalmente se não houver cuidado com o retorno gradativo”, explica Dr. Pedro Baches Jorge, ortopedista especialista em joelho e Medicina do Esporte da Clínica SO.U. O médico diz também que é possível o surgimento de dores crônicas. “Uma dor, que antes não existia, que seria causada por um desequilíbrio muscular, pode aparecer”.
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E, uma pergunta é recorrente: quanto tempo irá levar para eu recuperar o que conquistei em tempos de treino? De acordo com o especialista, podemos contar com uma forte aliada neste processo: a memória muscular. “Isso quer dizer que aqueles que já praticavam atividades físicas, têm o corpo adaptado ao treinamento e ativam esse recurso. E, dessa forma, precisam de menos tempo para recuperar a força, a massa muscular e o condicionamento”.
Além do tempo de treino antes do período de pausa, outros fatores estão relacionados à essa memória muscular, entre eles:
- A idade: a eficácia da memória diminuí conforme envelhecemos
- Nível de treinamento: quanto mais adaptado às atividades físicas, melhor a memória muscular
- Inatividade: a eficácia é perdida conforme aumenta o tempo sem exercícios
Ainda que alguns fatores possam indicar a recuperação mais rápida ou mais lenta da massa muscular, não é possível mensurar com exatidão em quanto tempo o atleta estará na mesma forma anterior à pausa.
O médico alerta que é preciso ter cuidado no retorno, que deve ser gradativo, planejado e montado de acordo com o nível mais baixo de condicionamento que foi atingido. “Tanto a parte nutricional, de força muscular e de condicionamento aeróbico, é preciso ter um olhar individual e progressivo em todos os aspectos”.
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Com isso, o ideal é sempre manter uma rotina de exercícios, mesmo que em casa e quando o frio está intenso. “O reforço da musculatura, mesmo dentro de casa, com exercícios funcionais, deve ser tentado, principalmente do abdome, pélvis, glúteos e membros inferiores. Assim, evita-se uma queda tão grande no condicionamento e diminui o risco de lesões no retorno”, afirma Dr. Pedro. Ou seja, deve ser feito pelo menos um mínimo para manutenção.
*Dr. Pedro Baches Jorge é médico Ortopedista, especializado em joelho e Medicina do Esporte. Fundador do Núcleo de Medicina do Esporte do Hospital Sírio Libanês e Membro do Grupo de Trauma Esportivo da Santa Casa de São Paulo. Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Trauma do Esporte (SBRATE) e Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ). Clínica SO.U – Unidade Bela Vista – R. Barata Ribeiro, 398 – 3º andar – Bela Vista, São Paulo – SP, 01308-000 – Tel.: +55 (11) 3258-1706 – http://www.clinicasou.com.br
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