Oncologia

Novembro azul: câncer de próstata está entre as principais causas de morte

Escrito por:Redação SO.U + Bem Estar |

Dr. Paulo Esteves, Urologista e Andrologista, responde as principais dúvidas sobre o Câncer de Próstata.

Novembro Azul é o mês de conscientização de câncer de próstata que é a causa de morte de mais de 28% dos homens que desenvolvem neoplasias malignas. A cada 38 minutos uma pessoa do sexo masculino morre em decorrência do câncer de próstata, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Dessa forma, essa doença segue sendo um desafio considerável para a saúde masculina. A sua detecção precoce é o segredo para conseguir maiores chances de sobrevivência e recuperação completa.

O conhecimento é essencial no combate ao câncer de próstata. Para trazer mais informações acerca de uma temática tão pertinente, o Dr. Paulo Esteves, Urologista e Andrologista, respondeu as principais dúvidas sobre o assunto.

Vamos lá?

O que é o câncer de próstata e quais os seus principais sintomas?

O câncer de próstata é uma condição em que células malignas se desenvolvem na próstata, uma glândula localizada abaixo da bexiga e responsável pela produção do líquido seminal. Nesse cenário, “o principal desafio quanto ao Câncer de Próstata é: a doença não causa sintomas no início”, afirma o  Dr. Paulo Esteves.

Por não causar sintomas imediatos e agir de forma silenciosa, é comum que a doença não seja detectada no início, o que reduz as chances de cura. Entretanto, ao realizar exames regulares, é possível ver sinais ainda no estágio inicial.

Quando a doença progride, é comum que certos sintomas comecem a se manifestar, sendo eles: dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência, sangue na urina e/ou no sêmen. Ainda de acordo com o especialista, a manifestação de sintomas físicos significa que a doença está avançada.

Contudo, existem fatores de risco que podem indicar que você precisa ter o dobro de atenção como histórico familiar — pau, irmão ou tio — e obesidade. Também deverá estar atento à raça, já que pessoas negras fazem parte dos 60% diagnosticados no Brasil.

O diagnóstico precoce faz a diferença?

O diagnóstico precoce do câncer de próstata faz uma diferença significativa no tratamento e age diretamente nas chances de cura. A detecção precoce permite abordar a doença em seus estágios iniciais, quando as células cancerosas ainda estão localizadas apenas na próstata.

Isso significa que o paciente poderá ter mais sucesso no tratamento, além de ter mais alternativas para combater esse mal. Ainda terá menos efeitos colaterais, qualidade de vida, não necessitará de tratamentos agressivos, dentre outros.

Veja também: Calvície e o câncer de próstata: estudo americano alerta sobre a relação

Novembro azul câncer de próstata está entre as principais causas de morte por neoplasia

©PEAKSTOCK / SCIENCE PHOTO LIBRARY de sciencephoto via Canva.com

Como detectar  o câncer de próstata e quais são as opções de tratamento?

“Os métodos de rastreamento mais custo-efetivos ainda são o exame de toque retal da próstata e o exame de PSA no sangue. O toque é realizado durante a consulta com o urologista e demora poucos segundos, já o PSA é realizado em uma simples coleta de sangue. Outros exames mais complexos podem ajudar a chegar ao diagnóstico quando existe alguma alteração nesses exames iniciais.”, exemplifica o especialista.

Entenda mais sobre os métodos que podem ser utilizados para realizar a detecção de uma possível neoplasia:

  • Toque Retal: ele é realizado por um urologista durante uma consulta de rotina. Por meio do toque retal é possível identificar se existem alterações na próstata. O exame é rápido, indolor e essencial para a prevenção;
  • PSA (Antígeno Prostático Específico): é uma colega de sangue que busca medir todos os níveis do antígeno prostático presentes naquela pessoa. Qualquer elevação pode indicar que está ocorrendo um problema na próstata do paciente;
  • Ultrassonografia Transretal (TRUS): por meio de uma ultrassom introduzida no reto é possível colher imagens detalhadas da próstata.

Entretanto, alguns métodos são alvos de preconceito: “Ainda hoje muitos homens não fazem esses exames preventivos por uma série de motivos como preconceito (machismo), falta de cuidado com a saúde, medo de sentir dor no exame ou até medo de encontrar uma doença e precisar lidar com ela”, pontua o médico.

O diagnóstico precoce é crucial e determinará as chances que um determinado paciente possui, já que o tratamento em estágios avançados não é efetivo como esperado. Portanto, a cura pode ser um objetivo improvável em casos mais preocupantes.

Quais são os tratamentos mais indicados?

Ao ser diagnosticado com câncer de próstata, o paciente terá as opções que o seu estágio de neoplasia permitir. Na atualidade existem diferentes formas de tratamento e cada uma delas se encaixa em diferentes níveis da doença.

Cada caso deve ser analisado, “por esse motivo, o tratamento inclui modalidades como a Vigilância Ativa, na qual é realizado apenas um monitoramento frequente da doença; as cirurgias de Prostatectomia Radical, hoje principalmente realizadas com técnica Robótica; a Radioterapia e tratamentos sistêmicos como a Hormonioterapia e a Quimioterapia”, disse Dr. Paulo Esteves.

Nesse cenário, a medicina está cada vez mais buscando a cura de doenças antes incuráveis e, apesar de ainda não ter alcançado o objetivo, existem alternativas altamente tecnológicas. É o que pontua o urologista.

“A cirurgia robótica, uma cirurgia por videolaparoscopia com auxílio de um sistema robótico, trouxe grandes avanços em minimizar os impactos negativos do tratamento, como incontinência urinária e disfunção erétil, um grande medo dos pacientes que precisam desse tratamento. Além disso, grandes avanços estão sendo feitos em novas medicações para tratamento das recidivas da doença ou para os casos diagnosticados já com metástases.”, afirma o especialista.

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O diagnóstico impacta no psicológico. Quais estratégias úteis para driblar essa realidade?

Receber um diagnóstico de câncer, seja ele qual for, é um impacto considerável para o psicológico do paciente e da sua família. No caso da neoplasia manifestada na próstata, o estigma também é um grande desafio, já que o tratamento poderá alterar funções sexuais.

“Precisamos sempre lembrar que o tratamento evoluiu muito e que além de grandes chances de cura, as chances de complicações decorrentes do tratamento diminuíram muito e hoje, quando ocorrem, podem sempre ser tratadas de maneira satisfatória, permitindo que os homens voltem a aproveitar a vida normalmente após esse tratamento.”, diz o Dr. Paulo Esteves, Urologista e Andrologista.

O maior desafio dessa doença é a conscientização para a realização dos exames que identificam precocemente qualquer alteração maligna na próstata. De acordo com o especialista, “o câncer de próstata é um dos cânceres mais curáveis quando diagnosticado precocemente”.

Diante deste cenário, o especialista relata que pacientes com câncer de próstata incurável expressão arrependimento pela falta de cuidado com a saúde. Então o recado é: para evitar estar em uma situação sem remédio, se previna, faça exames regulares e fuja dos preconceitos.

*Dr. Paulo Esteves é Médico Cirurgião Urologista com atuação principalmente nas áreas de uro-oncologia, litíase urinária (cálculos renais), andrologia, cirurgia robótica e no tratamento dos distúrbios sexuais masculinos.

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