O Transtorno de Escoriação (TE), também conhecido como dermatotilexomania, é um distúrbio caracterizado pelo hábito compulsivo de cutucar a pele, resultando em lesões de vários tamanhos, algumas das quais podem se tornar feridas graves. A psicóloga Leticia Mendes, especializada em terapia cognitiva comportamental, esclarece os impactos desse transtorno na autoestima e autoconfiança, além de oferecer estratégias eficazes para gerenciar esse comportamento.
De acordo com a psicóloga Leticia Mendes, “o Transtorno de Escoriação é um comportamento recorrente e automático, que para a pessoa parece incontrolável”. Esse comportamento compulsivo afeta diretamente a aparência da pele, gerando sentimentos de vergonha, culpa e frustração pela falta de controle. “Essas emoções negativas impactam profundamente a autoestima e a autoconfiança, criando um ciclo vicioso difícil de romper”, acrescenta Leticia.
O TE frequentemente ocorre em conjunto com outras condições neurodivergentes, como ansiedade, depressão, Transtorno de Personalidade Borderline e Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). “Essas condições podem apresentar comportamentos autodestrutivos devido à dificuldade de manifestar sentimentos de raiva ou como uma forma de alívio momentâneo de emoções negativas”, explica Leticia. A psicóloga também destaca a correlação entre o TE e a baixa produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores essenciais para o bem-estar emocional.
Identificar e gerenciar os gatilhos emocionais é crucial para controlar o comportamento de escoriação. “Os gatilhos podem ser desencadeados por memórias traumáticas, comentários de outras pessoas, estresse, mudanças e pensamentos intrusivos”, aponta Leticia. O Treinamento de Reversão de Hábitos é uma técnica psicológica eficaz que envolve a conscientização do comportamento, o monitoramento dos gatilhos e a substituição do comportamento por uma escolha mais adaptativa. Algumas ações práticas incluem:
-> Manter as mãos ocupadas.
-> Manter as unhas curtas.
-> Cuidar da pele com produtos de textura e cor.
-> Utilizar luvas para aumentar a consciência do comportamento.
-> Evitar situações e locais que desencadeiam o hábito.
-> Praticar distanciamento emocional para evitar reações impulsivas.
-> Compartilhar sentimentos e pensamentos com pessoas de confiança.
-> Adotar comportamentos prazerosos e funcionais como substitutos da escoriação.
-> Importância de uma Rotina Saudável e Equilibrada
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A construção de uma rotina saudável é fundamental para reduzir os comportamentos de escoriação. Leticia Mendes recomenda incluir exercícios físicos regulares, práticas de relaxamento, alimentação balanceada, hobbies e relacionamentos saudáveis. “Essas práticas aumentam a produção de neurotransmissores que promovem o bem-estar, gerando maior equilíbrio emocional e diminuindo a frequência das emoções que precipitam o comportamento de escoriação”, explica.
Adotar atividades que envolvem o uso das mãos pode ser particularmente eficaz. “Manter-se ocupado com práticas prazerosas e significativas favorece a distração e a reversão do hábito de cutucar a pele”, conclui a psicóloga.
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