Dia 30 de março é reconhecido mundialmente como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Transtorno Bipolar, uma data dedicada à disseminação de informações e à redução do estigma associado a esta condição complexa. A neuropsicóloga Tammy Marchiori, com formação em neurociência por Harvard e especialização em Terapia Cognitiva pelo Beck Institute, aproveita esta oportunidade para esclarecer algumas questões importantes sobre o Transtorno Bipolar (TAB) e sua distinção e possível comorbidade com o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Tammy destaca que, embora o TAB e o TDAH sejam condições distintas, eles compartilham certos sintomas que podem complicar o diagnóstico. Ambos podem apresentar impulsividade, dificuldades de concentração e atenção, e desregulação emocional. No entanto, é crucial reconhecer as particularidades de cada transtorno para um diagnóstico e tratamento precisos.
O Transtorno Bipolar é caracterizado por variações significativas no humor, energia e atividade, que podem impactar a capacidade da pessoa de realizar suas atividades diárias. Diferente do TDAH, que é marcado por uma atenção dispersa constante, impulsividade e hiperatividade, o TAB inclui períodos de mania caracterizado por sintomas mais intensos, e hipomania, que são menos intensos que os episódios de mania completa, mas ainda assim podem levar a um comportamento de risco, aumento de energia, e um elevado estado de ânimo.
A impulsividade e desregulação emocional são aspectos comuns que podem confundir o diagnóstico entre TAB e TDAH. A hipomania, um aspecto menos conhecido do TAB, manifesta-se por uma energia elevada, pensamentos acelerados, irritabilidade e euforia, que pode ser erroneamente interpretada como hiperatividade ou falta de atenção característica do TDAH.
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Para diferenciar adequadamente entre esses transtornos, Tammy enfatiza a importância de uma avaliação minuciosa por um especialista em saúde mental. O diagnóstico diferencial é crucial, pois embora possam compartilhar certas características, o tratamento e manejo do TAB e TDAH diferem significativamente. O tratamento do Transtorno Bipolar geralmente inclui a utilização de estabilizadores de humor e psicoterapia, enquanto o TDAH pode ser abordado com medicamentos estimulantes, terapia comportamental e estratégias de manejo.
A especialista reitera que, em casos de comorbidade, é fundamental adaptar o tratamento às necessidades individuais, abordando os sintomas de ambos os transtornos simultaneamente. A intervenção precoce e um acompanhamento cuidadoso são essenciais para ajudar os indivíduos a gerenciar seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida.
Tammy Marchiori conclui ressaltando a importância de uma compreensão aprofundada e empática dos transtornos mentais, não apenas para profissionais de saúde, mas também para o público geral, para promover um ambiente de suporte e compreensão para aqueles afetados.
Fonte: Tammy Marchiori | Neuropsicóloga com aperfeiçoamento em neurociência em Harvard, especializada em Terapia Cognitiva pelo Beck Institute. Membro da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia e da American Psychological Association (APA).
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