Você já ouviu falar em reeducação alimentar? Sempre que alguém pensa em atingir determinados objetivos ligados à mudança de corpo, as dietas são o primeiro caminho que vem à mente.
Já é comum que durante um tempo as pessoas controlem as quantidades e tipos de alimentos ingeridos, seja para perder ou ganhar peso, e depois voltem a se alimentar como antes.
Mas como essa atitude pode fazer a diferença para ter uma vida mais saudável a partir da alimentação? A conclusão é que dificilmente alguém vai conseguir se manter saudável por muito tempo encarando a alimentação apenas como um meio de atingir objetivos unicamente estéticos.
Afinal, ter um estilo de vida mais saudável por meio da mudança nos hábitos alimentares proporciona melhorias na saúde, autoestima e bem-estar. Para isso acontecer, é importante saber que ter uma alimentação mais saudável vai muito além de uma dieta ou regime.
Por isso, se você pensa em se alimentar melhor, chegou o momento de pensar na alimentação. Neste conteúdo, você conhecerá mais sobre esse processo e como ele pode transformar a sua forma de cuidar do seu corpo e mente. Acompanhe a leitura!
O que é a reeducação alimentar?
A reeducação alimentar é uma mudança nos hábitos de alimentação que levam a uma vida mais saudável, que leva a pessoa a refletir sobre cada alimento ingerido e o papel deles dentro do organismo.
De acordo com a Dra. Nicole Nardy, “a base da reeducação alimentar é entender a função e o benefício de cada alimento e conseguir elaborar uma refeição saudável independente do lugar que você esteja”.
Portanto, a reeducação alimentar está relacionada a adotar um novo estilo de vida, sendo necessário ter muita disciplina, foco e orientação para fazer melhores escolhas em prol da saúde física e mental.
Dentro dessas mudanças, o indivíduo começa a enxergar muito além do sabor dos alimentos, vendo os nutrientes, as combinações mais saudáveis e as escolhas mais benéficas de acordo com o objetivo.
Qual é a diferença entre regime e reeducação alimentar?
Os tão conhecidos termos “regime” ou “dieta” são comuns socialmente e por mais que pareçam sinônimos para reeducação alimentar, eles não são.
A dieta é um plano alimentar que tem começo e fim, sendo estruturado para ajudar a pessoa a alcançar determinados objetivos por meio de uma alimentação regrada.
Já a reeducação alimentar faz parte de uma mudança de vida, não é algo que tem um prazo para terminar. É sobre adquirir novos hábitos de alimentação que vão refletir na escolha de alimentos mais saudáveis e funcionais ao longo de toda a vida.
São justamente nesses detalhes que a dieta (ou regime) e a reeducação alimentar se diferenciam. Muitas vezes alguém que faz dieta acaba sofrendo com o efeito sanfona. Ou seja, uma perda de peso ou mudança da composição corporal que dura apenas o período que estiver seguindo o plano.
Uma vez que algo atrapalha a continuidade do plano alimentar, a tendência é que a pessoa recupere tudo o que perdeu já que volta a ingerir alimentos de forma errada, desde a quantidade até o tipo de alimento ingerido.
“Quando falamos em reeducação alimentar incluímos uma mudança em todo o contexto de vida, ultrapassando o plano alimentar. É ter melhores escolhas desde a seleção até o preparo do alimento. É conseguir se manter saudável mesmo em momentos não programados ou que saiam fora do seu cronograma, de maneira que a perda de peso se torne sustentável e que você absorva essas mudanças para o resto da vida”, explica Dra. Nicole.
A perda de peso é mais lenta com a reeducação?
Não é difícil encontrar propagandas nas redes sociais que prometem uma grande quantidade de perda de peso em um curto período de tempo.
Estas perdas de peso drásticas sempre envolve uma mudança radical na alimentação, com dietas extremamente restritas e até mesmo ficar longos períodos sem comer.
No entanto, esses resultados não são sustentáveis a longo prazo, pois fica inviável uma pessoa manter uma dieta tão rígida por muito tempo.
Dessa forma, a reeducação alimentar tem grande relevância não apenas na perda de peso, mas na manutenção dos resultados alcançados.
“De nada adianta perder 5 kg em uma semana a base de uma alimentação radical, e reganhar esse peso no final de semana. A reeducação respeita o seu tempo e o seu paladar, de maneira que você consiga manter seu resultado”, pontua Dra. Nicole.
É importante lembrar também que a rapidez ou a lentidão para perder peso está relacionada a inúmeros fatores, entre eles questões genéticas ou condições médicas que dificultem o processo. Contar com o apoio de um profissional e o melhor caminho para alcançar objetivos de forma real e sustentável.
Quais os benefícios da reeducação alimentar?
A reeducação alimentar traz inúmeros benefícios, possibilitando muito mais qualidade de vida para quem opta por adotar um novo estilo de vida que começa na alimentação.
Os maiores benefícios estão na flexibilidade alimentar e na perda do sentimento de culpa muitas vezes sentido ao “furar” uma dieta.
De acordo com a Dra. Nicole, “uma vez reeducados a entender o alimento como um todo, conseguimos fazer boas escolhas mesmo estando fora da rotina, em qualquer situação. E saber escolher bem os alimentos tira o peso da frustração de não conseguir seguir 100% uma dieta. Ou seja, mantemos nosso planejamento e nosso objetivo e ainda não nos sentimos ansiosos ou preocupados frente a comida”.
Tendo isso em vista, outros benefícios que estão atrelados a reeducação alimentar são:
- Melhora no paladar;
- Fortalecimento do sistema imunológico;
- Melhora do funcionamento cerebral;
- Diminuição e manutenção do peso;
- Melhora do humor;
- Prevenção de doenças;
- Fortalecimento dos ossos, músculos, tendões e articulações;
- Regulação do equilíbrio do corpo (homeostase);
- Prevenção de transtornos alimentares.
Como começar o processo de reeducação alimentar?
Para quem deseja iniciar a reeducação alimentar, o primeiro passo é estar disposto a mudar os hábitos alimentares. Por isso é importante buscar um profissional que seja didático e atualizado.
Ele será capaz de ensinar a melhor maneira de se alimentar e quais funções de cada alimento. Além disso, você pode adotar novos hábitos na sua rotina, como:
- Beba mais água;
- Planeje suas refeições;
- Pratique exercícios físicos;
- Evite alimentos ultraprocessados;
- Coma mais frutas, proteínas e vegetais.
Contudo, a principal dica que deve-se ter em mente é a constância. Não adianta iniciar uma reeducação alimentar e querer desistir na primeira dificuldade.
O processo de reeducação envolve uma mudança de mentalidade, sendo necessário entender que nada acontece da noite para o dia.
“Perder a ideia dos extremos ajuda muito, pois somos acostumados ao ‘tudo ou nada’, ou seguimos e conseguimos 100%, ou chutamos o balde. A reeducação alimentar é o meio-termo. É saber ouvir seu corpo e respeitar sua saúde além da restrição calórica”, explica a Dra. Nicole.
Existe segredo para a reeducação alimentar?
Diferentemente de dietas milagrosas, a reeducação alimentar não tem o objetivo de prometer resultados rápidos e fáceis.
Pelo contrário, o segredo para uma reeducação alimentar é ter paciência e não pular etapas. Esqueça a ideia de ser radical e começar a cortar todos os alimentos que você gosta de comer, pois assim será mais difícil de se manter firme no propósito.
Por outro lado, também é necessário fazer alguns sacrifícios para que o paladar e a mente se adaptem ao novo estilo.
Tenha sempre em mente que a reeducação alimentar é sobre encontrar o equilíbrio em um processo trabalhoso, porém libertador para sua qualidade de vida.
*Dra. Nicole Nardy Paula Razuck é residente em Medicina Esportiva na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. É pós-graduada em Nutrologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein e formou-se em medicina pela Faculdade Santa Marcelina.
Veja também: Alimentação Saudável: O que é? Dicas e erros frequentes
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