A calvície, ou alopecia, é uma condição relativamente comum e que mexe bastante com a autoestima das pessoas que acabam sofrendo do problema. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) apontam que 30% dos pacientes do sexo masculino começam a conviver com a calvície quando atingem a idade dos 30 anos, um período em que os fios de cabelo afinam com mais frequência e potencializam a queda.
Da mesma forma, mesmo que muitas vezes seja vista como algo mais frequente nos homens, a calvície também atinge o público feminino. Dados da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC) mostram que 25% das mulheres entre 35 e 40 anos lidam com algum grau de calvície, enquanto acima dessa idade a porcentagem chega aos 50%.
Por ser um problema que atinge homens e mulheres, sem ter uma idade certa para acontecer, é importante conhecer mais sobre a calvície e como evitá-la, até mesmo tratá-la para quem já sofre com ela. A Dra. Leila Bloch*, que tem doutorado em cabelos e é criadora da Clínica Bloch, vem tirar algumas dúvidas a respeito da calvície.
O que causa a calvície?
A causa mais comum para a calvície envolve questões hereditárias, ou seja, vem da genética da pessoa. Ainda que existam outras possibilidades, cerca de 90% do total de perda capilar é resultado de uma doença conhecida como Alopecia Androgenética, caracterizada por um afinamento dos fios.
Essa situação é estimulada por uma maior sensibilidade à ação hormonal da di-hidrotestosterona. Depois que esse processo tem início, acontece um quadro lento e progressivo da perda capilar.
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Os tratamentos para queda de cabelos para homens e mulheres são similares?
Existem inúmeras formas para tratar problemas com a queda de cabelo, entre eles o uso de shampoos específicos, loções capilares, vitaminas, medicamentos e o próprio transplante capilar. Para adotar o melhor tratamento primeiro é necessário conhecer o caso de cada paciente.
“É importante lembrar que nem todo mundo pode fazer qualquer tipo de tratamento. É preciso saber quais são as causas da queda capilar para, então, iniciar o melhor tratamento . É muito importante a consulta com o médico dermatologista , para uma melhor orientação e avaliação sobre o tratamento a ser seguido para a queda de cabelos”, pontua a Dra. Leila Bloch
Uma dúvida que também costuma ser bastante comum ao falar sobre queda capilar é se há, de fato, eficácia nas medicações utilizadas. Atualmente existem medicamentos que são aprovados pelo FDA para tratar a perda de cabelo padrão androgenética, incluindo Minoxidil, que é uma medicação tópica para homens e mulheres e Finasterida, medicamento via oral.
No entanto, assim como pontuado anteriormente, nem todos os casos podem ser resolvidos apenas com medicação. “Embora esses medicamentos possam retardar e até interromper a progressão da perda capilar, em grande número de casos ocorre queda mesmo com a medicação, o que faz com que a cirurgia de Transplante Capilar seja a melhor solução para os casos mais avançados de Calvície/ Alopécia”, ressalta a especialista.
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Como funciona a cirurgia de transplante capilar?
Uma serie de mudanças vêm transformando a restauração capilar em um procedimento altamente sofisticado, artístico e, ao mesmo tempo, minimamente invasivo. O transplante deixou de ser apenas um procedimento médico e tornou-se uma “arte capilar”, dada a plenitude de seus resultados.
“O cabelo transplantado é removido de uma área do corpo (área doadora) e transferido para outra (área receptora). O folículo transplantado não é “rejeitado” pois não é estranho ao organismo”, explica a Dra. Leila.
Além disso, o procedimento tem um resultado permanente, uma vez que os fios não passaram por um afinamento, já que preservam a memória da área doadora. Ou seja, o resultado da cirurgia é prolongado.
Existe idade mínima para a realização da cirurgia?
A calvície pode atingir diferentes faixas etárias, homens e mulheres. Dentro desse contexto é importante ressaltar que não existe uma idade mínima para fazer a realização da cirurgia de transplante capilar, já que ela possui baixo risco cirúrgico.
No entanto, é importante ter uma definição concreta de perda capilar para a realização de transplantes em pacientes mais jovens. Esse diagnóstico é avaliado a partir das consultas médicas com um especialista.
A calvície está relacionada diretamente com a autoestima. Para algumas pessoas, a queda de cabelo pode acabar ocasionando o desenvolvimento de outras doenças, como a depressão e transtornos de ansiedade, uma vez que a pessoa não consegue ficar feliz com a autoimagem.
Por isso, assim que a queda dos fios for detectada é fundamental procurar um médico especialista para verificar as causas da perda de cabelo e analisar as melhores opções de tratamento para cada caso. Estar bem com a própria imagem é uma questão de saúde psicológica e emocional, que afeta diretamente os relacionamentos interpessoais.
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*Dra. Leila Bloch é graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Possui Doutorado( PhD) em Ciências da Saúde na área de cabelos pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual, IAMSPE, Brasil. É especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e pelo M.E.C., é Diretora médica e fundadora da Clínica Bloch desde 2010 e autora do livro Fio a Fio.
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