Após o Carnaval, o ano finalmente entra em rotina e os encontros diários na sala de aula trazem não só um novo ano de aprendizados, mas um convívio físico próximo que pede atenção de pais e escola com vistas à saúde dos alunos.
A Dra. Roberta Pilla, Otorrinopediatra membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), inclusive, defende a criação de ações conjuntas entre a família e a escola para coordenar esse cuidado de maneira uniforme. “Programas de ensino e orientação aos alunos e equipes escolares sobre saúde, noções básicas de hábitos de higiene e transmissão de doenças são medidas excelentes”, exemplifica a especialista.
Isso tudo porque, segundo a médica, uma criança que frequenta escola tem cerca de dois eventos infecciosos por mês, ou seja, semana sim, semana não, pelo menos um aluno provavelmente levará para a sala de aula alguma condição favorável ao contágio. “Quando bebês, as infecções virais são ainda mais numerosas, por conta da imunidade ainda em desenvolvimento. Esse volume vai caindo ao longo do tempo, conforme a criança amadurece”, explica a Dra. Roberta, destacando que as infecções têm sua importância na formação dessa imunidade infantil.
Cuidados que funcionam
De modo a conter o alcance dessas infecções em casa e na escolinha, a otorrino sugere a adoção fixa de certas condutas, como:
- Evitar ambientes fechados e pouco arejados, onde há maior propagação de vírus e bactérias, principalmente nos dois primeiros anos de vida;
- Manter a cobertura vacinal em dia;
- Manter um bom consumo de água para maior hidratação do corpo;
- Ter hábitos de higiene regulares, como lavar as mãos e usar o álcool gel;
- Evitar contato com pessoas que apresentem sintomas respiratórios;
- Estimular o uso de lenço descartável para limpar o nariz;
- Sempre cobrir o nariz ao tossir e espirrar (nunca com as mãos);
- Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos e copos;
- Ter uma alimentação de qualidade, rica em vitaminas e nutrientes;
- Nutrir hábitos saudáveis desde cedo para um melhor desenvolvimento.
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Vai para a escola ou fica em casa?
Ainda assim, é provável que a criança desenvolva algum tipo de doença, principalmente respiratória e surge a dúvida sobre qual é o fator de decisão entre mandar para escola ou prover os cuidados em casa. “O afastamento da escola depende da doença e do estado geral da criança. Crianças com quadros de febre, diarreia e vômitos devem ficar afastadas até a melhora dos sintomas”, resume a Dra. Roberta. Ela explica que os quadros de virose pedem que o afastamento aconteça no período de grande manifestação da doença e na presença de febre. “Depois de 24h sem febre, está liberado”, diz. Casos de gripe, segundo ela, costumam pedir de 5 a 7 dias de isolamento.
Um empurrão na saúde respiratória infantil
A Dra. Roberta elaborou uma lista com dicas para turbinar a saúde de crianças em idade escolar, para fortalecer os pequenos diante de possíveis contágios:
- Dieta rica em nutrientes combinada a uma boa hidratação;
- Manter uma higiene nasal rotineira, com solução nasal ou soro fisiológico;
- Tratar as rinites e doenças nasais;
- Evitar fumaça de cigarro;
- Manter os ambientes arejados e bem limpos;
- Manter aparelhos de refrigeração e ventiladores limpos e com vento afastado do corpo.
Aos menores, dicas para fazer em casa
“Entre as estratégias que podem ser utilizadas com as crianças menores, as principais combinam o aleitamento materno, hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes, menos industrialização e açúcares, assim como evitar a obesidade e estimular uma boa qualidade de sono”, orienta a otorrinopediatra, ao adicionar os benefícios também de manter a criança ativa com brincadeiras ao ar livre, contato com a natureza e o estímulo a atividades físicas.
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