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Você sabe o que é ombro de nadador?

Escrito por:Redação SO.U + Bem Estar |

Mesmo sendo um dos esportes de baixo impacto é preciso ter atenção.

A natação é conhecida por ser um esporte de baixo impacto para os seus praticantes. Desse modo, ela costuma ser recomendada por médicos para proteger as articulações do corpo, evitando lesões indesejadas.

Apesar disso, existem determinados casos em que os nadadores podem desenvolver quadros de lesão em seu corpo. O chamado “ombro de nadador” é um desses principais cenários. Por isso, é importante saber quais são suas causas e como tratá-lo.

Assim, neste artigo você saberá mais sobre o que é o ombro de nadador e como é o tratamento dele. Além disso,  a Dra. Giovanna Sperandio*, traz  mais informações a respeito dessa condição.

Acompanhe a leitura!

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O que significa ombro de nadador e quais as possíveis causas?

Também chamado de Síndrome do Impacto, o ombro de nadador consiste em uma combinação de sintomas, alterações nos exames físicos e sinais radiológicos atribuíveis à compressão de estruturas ao redor da articulação glenoumeral — que é a principal articulação do ombro.

A causa dominante que motiva essa síndrome é a execução de atividades que sejam feitas de forma repetitiva. No entanto, ela também pode se manifestar devido ao processo natural de envelhecimento do corpo.

“O ombro é uma articulação com bastante mobilidade e, por isso, é muito instável. Para diminuir essa instabilidade, o ombro é recoberto por ligamentos e músculos”, explica a Dra. Giovanna Sperandio.

Nesse cenário temos um grupo muscular principal, este sendo chamado de manguito rotador. Ele é composto por quatro músculos:

  • Supraespinhal;
  • Infraespinhal;
  • Redondo menor;
  • Subescapular

Quando esse conjunto está enfraquecido, a estrutura do ombro fica passiva de desenvolvimento de lesões diversas. Assim levando a inflamação, causando dor e desconforto.

Nesse sentido, é importante lembrar que a natação é conhecida pela prática de braçadas na água. “Os movimentos de rotação, extensão e abdução do ombro, que, em conjunto, fazem com que a cabeça do úmero [osso do braço] se eleve”, destaca a especialista.

Dentro do esporte existem 4 estilos que podem ser praticados, são eles: crawl, costas, peito e borboleta. Cada um possui as suas características particulares mas o movimento do braço acima da cabeça é constante em cada um deles.

Desse modo, essa ação executada de forma repetitiva e com adição de um enfraquecimento da musculatura, pode causar impactos negativos nas estruturas dos ombros. Levando ao desenvolvimento do ombro de nadador.

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Quais são os principais sintomas?

Como você viu, o principal elemento do ombro de nadador é a dor na região. Ela pode aumentar com movimentos simples como esticar, levantar os braços e a prática de alguma atividade que necessite a utilização da rotação dos ombros.

As dores se concentram, principalmente, nas regiões anterior ou lateral dos ombros. Ela também pode se manifestar como uma espécie de choque e formigamento que pode ir até a região dos dedos.

Contudo, vale saber que a natação pode não ser o único causador de lesões como essa. Além desse esporte, também há outras práticas que podem ser o motivo dessa síndrome, tais como: tênis, golfe, vôlei, handebol, arremesso de peso, entre outros que exigem movimentos dos ombros.

“A síndrome pode aparecer em não atletas. Pessoas que realizam trabalhos com os braços acima da cabeça podem apresentar os sintomas também”, contextualiza a Dra. Giovanna Sperandio.

Ou seja, todas as pessoas que possuem atividades que necessitem elevar os braços acima da cabeça podem estar suscetíveis a desenvolver o ombro de nadador. Porém, para conseguir tratar a condição, é necessário um diagnóstico preciso.

Você sabe o que é ombro de nadador?

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Como é feito o diagnóstico?

O primeiro passo é identificar os sintomas. Normalmente, essa fase inicial é feita pelo próprio paciente. Mesmo ele não sabendo identificar a síndrome, é importante que saiba os sintomas que o seu corpo está apresentando para que seja possível relatá-los a um especialista.

Ao procurar um médico, ele irá analisar 3 aspectos do paciente: histórico clínico, exame físico e exame de imagem. No entanto, a depender do caso, esse último pode não ser necessário.

“O exame físico é feito com diversos testes que são muito sensíveis para o diagnóstico”, detalha a especialista.

Como é o tratamento para o ombro de nadador?

Existem mecanismos que podem controlar a dor da Síndrome do Impacto. Em muitos casos, a aplicação de uma compressa de gelo no local pode auxiliar. Também pode ser recomendável o repouso e o uso de medicamentos.

“Fisioterapia é muito importante para fortalecimento da musculatura da região, para ganho de mobilidade, estabilização da articulação e correção da técnica do esporte praticado”, argumenta a Dra. Giovanna Sperandio.

Ainda de acordo com a especialista,  é possível que o atleta retorne à prática de atividade física sem sentir dor, desde que cumpra de forma correta todas as etapas do tratamento.

Quais são outras lesões comuns na natação?

A natação também poderá causar lesões em outras partes do corpo do praticante. A especialista listou algumas partes do corpo que podem sofrer com os impactos da prática, confira a seguir:

  • Joelho: síndrome do estresse colateral medial e síndrome patelo-femoral, principalmente em nadadores de peito;
  • Pé e tornozelo: tendinite dos tendões extensores;
  • Cotovelo: epicondilite lateral.

Mesmo que o esporte seja conhecido por não causar grandes impactos negativos nas articulações, é necessário ter cuidado com a prática.

Sempre busque orientação especializada na hora de aprender um novo esporte e, quando necessário, procure um especialista que possa ajudar com quaisquer manifestações de dor que possam surgir.

Praticar um esporte é sinônimo de saúde, mas desde que seja acompanhado por profissionais licenciados na área em questão.

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*Dra. Giovanna Sperandio é Médica formada pela Santa Casa de São Paulo e agora Residente em Medicina Esportiva pela mesma. Começou a nadar com 6 anos, de forma recreativa na escola e foi convidada a treinar em um clube em Santo Andre, onde ficou por 1 ano. Depois treinou por 6 anos pela faculdade, de 2015 a 2022, e foi vice campeã nas provas de 50 livre e 50 borboleta da Intermed 2019.

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