O futebol feminino, mais do que um esporte, é um símbolo de resistência e superação de preconceitos. Afinal, quem nunca ouviu a frase “futebol não é coisa de menina”? Pois é, a verdade é que o esporte pode ser de quem quiser, crianças, adultos e idosos de todos os gêneros.
Esse estereótipo negativo para o futebol feminino começou por volta da década de 1920, e era praticado em circos. Nesse cenário, as jogadoras não eram vistas como atletas mas como atrizes que estavam interpretando em um show.
No entanto, ao longo dos últimos anos o futebol feminino foi ganhando mais respeito do público. No artigo de hoje, Glaucia Cristiano*, uma das maiores atacantes dos campeonatos Brasileiro e Paulista, conversa sobre a importância do esporte na vida de tantas meninas e mulheres, também fala sobre as dificuldades que, infelizmente, ainda são frequentes no esporte. Confira a seguir!
A importância do futebol feminino para o Brasil
O futebol é um dos maiores símbolos culturais do Brasil. Somos conhecidos internacionalmente por abrigar os maiores talentos futebolísticos do mundo. Como foi citado anteriormente, o esporte é resistência e luta.
Mas a luta, muitas vezes, não fica confinada apenas ao campo, ela está na sociedade como um todo. “[O futebol feminino] é uma forma de mostrar para a sociedade que podemos estar onde quisermos. Do mesmo jeito que há muitos talentos masculinos no futebol, há também no feminino”, afirma Glaucia Cristiano.
A verdade é que cada vez mais atletas estão sendo descobertas e elas estão se profissionalizando e defendendo times consagrados dentro do país e fora dele. Dessa forma, o empoderamento feminino é um fator decisivo para tirar os sonhos dessas meninas e mulheres do papel.
Mas o esporte ainda sofre: “O futebol era e ainda é um ambiente muito machista, estamos mudando isso”, comenta a atleta. Por isso, elas precisam vencer as dificuldades um gol de cada vez!
Veja também: Futebol: paixão mundial
As conquistas e os desafios do futebol feminino
“[As conquistas] ainda são poucas, não podemos fazer nenhuma comparação com a modalidade no masculino, mas, pensando só em feminino, hoje temos carteiras assinadas, temos campos para treinar, estrutura médica, alguns clubes com nutricionista, psicólogas, o que mostra que estão se importando com a modalidade”, comenta Glaucia Cristiano.
Existe um cenário pouco amistoso que é enfrentado pelas atletas no dia-a-dia, e que estão listadas a seguir:
1. Patrocínio
Esse primeiro item mostra que o futebol feminino precisa lutar, muito mais do que o masculino, para ter um patrocínio digno do talento de tantas meninas e mulheres.
2. Formação de novos talentos
A criação de centros de formação para atletas femininas é o que poderá incentivar o crescimento positivo no esporte. É o que permitirá ter, em um futuro próximo, mais jogadoras de alto nível com treinamento profissional na infância e adolescência.
3. Divulgação da prática
Os jogos disputados por mulheres não são divulgados em larga escala como o masculino, mas aos poucos as atletas vão ganhando espaço nas divulgações e no coração dos brasileiros.
A verdade é que ainda existe um longo caminho a ser percorrido, mas a palavra “desistir” não faz parte do vocabulário delas.
4. Remuneração
Um dos itens mais falados sobre as desigualdades no esporte são os salários. Apesar de estar conquistando cada vez mais espaço, a remuneração, se comparada com o masculino, dificilmente atingirá, em um futuro próximo, o mesmo patamar de valores.
Veja também: Amor e Ódio: a relação entre jogadores de futebol e seus joelhos
As maiores dificuldades do esporte
“Se manter em alto nível, ser e ter postura de atleta o tempo todo. Para que as coisas aconteçam de forma correta na sua carreira”, diz a atleta. Manter um comportamento digno de ser um ídolo deveria ser um dos pré requisitos para se fazer sucesso no esporte.
Tendo em vista que o alcance desses esportistas é enorme, e tem poder de influência sobre a vida de jovens e adultos. A responsabilidade vai além dos gols em campo, ela ultrapassa a barreira dos estádios.
Além disso, o fator psicológico se faz essencial: “Para que os 90 minutos aconteçam com excelência, precisamos estar com a cabeça boa e com a parte física em dia”, comenta Glaucia Cristiano.
Veja também: Futebol: não é só um jogo
As lições do esporte para os dias atuais
A luta é constante, se fazer presente e importante para o esporte é um desafio diário. No passado o esporte era visto como uma atração de circo. Nada ligado à prática que temos nos dias atuais.
No início, as mulheres e a bola de futebol eram parceiros de palco, nada mais do que uma dança sincronizada de forma artística para o entretenimento.
A realidade é que hoje esse cenário não está muito diferente. O futebol feminino não deixou de ser uma dança e um entretenimento, mas esses dois aspectos foram direcionados para um esporte regulamentado e com importância reconhecida.
Ele, hoje, é um símbolo de empoderamento feminino, garra e resistência, o futebol é uma dança, mas não como no passado. Ele não se preocupa apenas com beleza e leveza, mas sim com velocidade, precisão e trabalho em equipe. A respeito disso, Glaucia Cristiano afirma
“A luta que começou lá atrás tem que ser cada vez maior e visar mais pela modalidade e pelas mulheres. Se hoje temos um calendário maior, mais recursos, é porque muita gente lutou e brigou há anos”, diz.
Veja também: Doença de Osgood-Schlatter: já ouviu falar?
O conselho para as jovens atletas
“Persista, insista, lute pelo sonho. Não deixe que nada e ninguém te impeça de fazer o que você quer. E quando estiver fazendo, faça com vontade, determinação. É preciso se destacar e sobressair para não ser mais uma”, destaca Glaucia Cristiano.
Como em todas as profissões, é necessário ter dedicação e persistência para alcançar os seus objetivos. Hoje, com símbolos como Glaucia Cristiano e Marta é fácil mirar em um alvo para se inspirar e continuar no caminho do futebol.
Apesar dos percalços no meio do caminho, a profissão está ganhando, cada vez mais, notoriedade entre os brasileiros e a expectativa é que atinja mais pessoas ao redor do mundo.
Como todo esporte, é necessário apoio, então mesmo que você não consiga patrocinar um time feminino pode ajudar assistindo aos jogos pela televisão, indo ao estádio e exaltando essas mulheres que são uma parte tão essencial do que é o futebol.
*Glaucia Cristiano é uma atleta que foi revelada aos 14 anos pelo São Bernado Futebol Clube. É Atacante no São Paulo Futebol Clube desde 2020 e foi uma das artilheiras do time em 2021.
Veja também
Novembro Roxo: Brasil Registra Aproximadamente 300 Mil Nascimentos Prematuros Por Ano
Pediatra, Dra. Betina Costa, destaca a importância do acompanhamento médico e do apoio familiar para a recuperação e desenvolvimento saudável desses pequenos guerreiros.
Intimidade renovada: entenda os benefícios do rejuvenescimento íntimo feminino
Segundo a médica Vanessa Hildebrand, o aumento da procura por procedimentos estéticos na região íntima revela o desejo feminino por mais qualidade de vida.
Novembro Azul: Inca Estima 71 Mil Novos Casos De Câncer De Próstata Em 2024
Urologista, Dr. Octávio Campos, diz que chances de cura podem chegar a 90% com detecção precoce