Um estudo realizado pela Universidade de Michigan, nos EUA, descobriu que uma pessoa com obesidade submetida a uma cirurgia bariátrica teve nível cognitivo estável depois de dois anos, indicando resultados positivos em frear o declínio. Quem comenta é o cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rodrigo Barbosa, da capital paulista.
“A obesidade pode causar o declínio cognitivo, uma vez que, entre as comorbidades associadas, a diabetes também está associada à piora na cognição. Mas, a boa noticia é que o estudo provou que a pontuação cognitiva foi melhor em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica”, fala o médico.
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Neste estudo foram analisados 87 participantes com idade média de 46,8 anos, sendo 73,6% mulheres e 77% de pele branca. Todos obesos de classe II (com índice de massa corporal de 35 a menos de 40) ou classe III (IMC de 40 ou mais) dos quais, 27,6% também tinham diabetes e 28,8% tomavam medicação para reduzir o nível de glicemia. Desses, 77 passaram por uma cirurgia de manga gástrica e os outros 10, por um bypass gástrico. Antes do estudo foram feitas preliminares para medir peso, altura, índice de massa corporal (IMC), pressão arterial, nível de lipídios em jejum e HbA1c (medida de glicose no sangue). Também foram medidos QI e as emoções dos pacientes. Já na parte cognitiva, o estudo usou uma padronização conhecida como Toolbox Cognition Battery (NIHTB-CB) do National Institutes of Health (NIH), que mede atenção, função executiva, memória episódica, memória de trabalho e velocidade de processamento. Dois anos depois do início do estudo, um participante apresentou uma mudança na pontuação cognitiva. No começo, ele tinha pontuação de 106. Dois anos após a cirurgia bariátrica, tinha 106,7.
Dr. Rodrigo explica que mesmo que ainda sejam necessários mais estudos aprofundados no tema, uma outra pesquisa realizada pela Avaliação Longitudinal da Cirurgia Bariátrica (LABS) também mostrou que a cirurgia bariátrica pode melhorar a memória depois de avaliar pacientes que passaram pelo bypass gástrico, enquanto o da Universidade de Michigan misturou procedimentos. “A diferença nas cirurgias pode ter a ver com os resultados distintos, mas já podemos dizer que a desaceleração no declínio cognitivo pode indicar que o procedimento bariátrico tenha relação com isso, entre tantos outros benefícios de perder peso após os procedimentos”, afirma.
Fonte: Dr Rodrigo Barbosa | Cirurgião Digestivo sub-especializado em Cirurgia Bariátrica e Coloproctologia do corpo clínico dos hospitais Sírio Libanês e Nove de Julho. CEO do Instituto Medicina em Foco e coordenador do Canal ‘Medicina em Foco’ no Youtube https://www.drrodrigobarbosa.med.br/
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