A pandemia do covid-19 afetou e ainda afeta as pessoas de formas diferentes. Em alguns indivíduos foi possível perceber perda de olfato, já outros notaram prejuízos aos pulmões, e assim por diante.
Nesse cenário, os praticantes de atividades físicas regulares notaram certos desafios para a retomada da sua rotina normal. Essa dificuldade inicial pode ser causada por sequelas relacionadas à doença.
Assim, neste artigo a médica esportiva Dra. Giovanna Sperandio esclarece as principais dúvidas a respeito dos benefícios e cita um exemplo de um paciente. Acompanhe a leitura!
A prática de atividades físicas após a doença
A prática regular de atividades físicas pode ser um hábito capaz de fortalecer a saúde de uma pessoa. Por isso, ter uma rotina ativa é um passo que ajuda a diminuir a gravidade de uma infecção pelo vírus.
Em relação à covid-19, a médica Giovanna Sperandio destaca a existência de um estudo clínico em que foram analisados pacientes com vida ativa e pessoas sedentárias. “[…] em média, a prática de exercícios tende a proteger o indivíduo da gravidade do quadro”, explica.
De acordo com a médica, um estudo com 246 pacientes diagnosticados com a covid-19, mostrou que o número de internação foi maior entre aqueles que não praticavam exercício.
Nesse sentido, a natação faz parte do escopo de atividades físicas com baixo impacto que podem ajudar na hora de enfrentar o período pós covid-19.
A respiração pós covid-19
A maior parte dos pacientes sintomáticos diagnosticados com covid-19 apresentam febre e sintomas respiratórios como tosse e falta de ar. Além disso, muitas dessas queixas podem persistir ao longo de meses.
Dessa forma, para os praticantes de atividades físicas é importante que a rotina seja retomada aos poucos após a recuperação. Afinal, o período pós doença é marcado por um descondicionamento no padrão de respiração do indivíduo.
Esse cenário pode resultar em uma respiração superficial, com falta de ar, sensação de cansaço e possuindo um maior gasto de energia.
Veja também: A importância da Vacina no combate a covid 19 e outras doenças
Desse modo, a prática de natação promove o uso de técnicas que proporcionam um maior controle respiratório. Com o contínuo exercício é possível normalizar a respiração do paciente.
Esses métodos trabalham a eficiência da musculatura ligada à respiração, tais como: diafragma, músculos localizados no pescoço e abdômen.
Os exercícios promovem um maior bem-estar para a pessoa, causando menos gasto de energia corporal, cansaço e melhoria na falta de ar.
Nesse contexto, a natação entra como um esporte completo, que trabalha todos os grupos musculares, sistema cardiovascular e respiratório.
“Sendo assim, é um esporte muito indicado para o público que foi exposto à covid-19, tanto para recuperar a massa muscular, quanto para melhorar os sintomas respiratórios”, afirma a Dra. Giovanna Sperandio.
Os benefícios da natação
Praticar natação pode trazer diversos benefícios para o cotidiano das pessoas. Confira os principais:
Promove uma melhoria na respiração
A prática é conhecida por exigir um bom desempenho da respiração. Como você viu, o fortalecimento dos músculos que também fazem parte do processo do sistema respiratório, como o diafragma, é de extrema importância.
Dessa maneira, a natação permite que esses músculos sejam trabalhados para que exista um melhor funcionamento dos pulmões. Ou seja, com o melhor funcionamento é possível que exista uma melhoria na oxigenação do sangue do praticante.
Fortalece articulações
A natação ajuda na manutenção e fortalecimento de ligamentos e articulações presentes no corpo. Como 0 esporte é de baixo impacto, ele pode promover esse benefício sem sobrecarregar o indivíduo. Inclusive, a prática é indicada para todas as idades.
Promove melhoria nos estresses da rotina diária
A concentração e o foco são fatores primordiais para a execução da atividade. Esse é um momento em que muitos consideram agir como uma forma de meditação hiper focada no corpo.
Naquele momento toda a sua energia está voltada para a atividade física, causando a manifestação de hormônios que promovem uma sensação de bem-estar, como a endorfina.
Queima gordura e reduz riscos de colesterol e diabetes
Dentro da piscina ou mar, os músculos trabalham com um maior esforço, mesmo que esse fato não seja percebido no momento da ação. Com isso, ele promove um maior gasto de calorias, especialmente quando acompanhado por uma reeducação alimentar.
Além disso, por ser uma atividade dentro do grupo de aeróbicas, ela promove um maior controle do colesterol e, em alguns casos, reduz o risco de desenvolver diabetes. Contudo, é necessário pontuar que cada realidade deve ser analisada de forma individual.
Exercita o corpo inteiro
Por ser uma prática completa, trabalhando uma grande porção de músculos do corpo humano, ela oferece benefícios mais unificados. Indo em contrapartida à musculação, em que trabalhamos de forma mais localizada.
O aumento da flexibilidade também pode ser considerado um ganho na prática. Assim, ela também pode ser recomendada para recuperação de algumas lesões ou procedimentos cirúrgicos.
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A frequência e a intensidade da as atividades físicas
De acordo com a Dra. Gionna Sperandio existem protocolos que devem ser seguidos a partir da liberação do paciente após a doença. Eles são divididos em 5 estágios:
- Estágio I: atividades básicas de vida (subir escada, tomar banho, cozinhar). Deve durar no mínimo 10 dias e o paciente não pode apresentar qualquer desconforto;
- Estágio II: atividades leves, de duração de até 15 minutos, podendo apresentar um pequeno aumento dos batimentos cardíacos;
- Estágio III: atividades moderadas, de duração de até 45 minutos, podendo apresentar um aumento moderado dos batimentos cardíacos;
- Estágio IV: atividades avançadas, de duração de até 60 minutos, podendo apresentar aumento intenso dos batimentos cardíacos;
- Estágio V: treinamento normal, sem limitação da duração da atividade e dos batimentos cardíacos.
“[Se a realização do estágio I for] sem qualquer desconforto ou sintoma, o paciente pode seguir para os demais estágios, que devem durar entre 1 e 2 dias, sempre com acompanhamento médico”, diz a médica.
É importante ressaltar que é necessário passar em avaliação com o médico do esporte antes de retornar a prática de atividade física.
O caso de um paciente real voltando a praticar natação pós covid-19
A residente em medicina esportiva teve acesso a uma paciente de 28 anos, do sexo feminino, saudável e praticante de natação há 7 anos. Ela teve o seu teste positivo confirmado no final de 2021, apresentou sintomas leves e não teve complicações.
“Ao retornar à natação, a principal dificuldade foi a perda de força, percebida pelo aumento do tempo que levou para completar uma determinada distância e a perda de condicionamento físico, percebida pela maior frequência respiratória durante o treino”, afirma a Dra. Giovanna Sperandio.
Nesse caso, felizmente, as dificuldades foram vencidas dia após dia, e ao final de 1 mês de retorno conseguiu voltar ao condicionamento antes da doença.
Existem inúmeros casos relacionados à recuperação pós covid e a natação. Dessa forma, se você está experienciando desconforto respiratório ou outro sintoma pós covid é necessário que busque ajuda médica para tratar eventuais dificuldades.
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*Dra. Giovanna Sperandio é Médica formada pela Santa Casa de São Paulo e agora Residente em Medicina Esportiva pela mesma. Começou a nadar com 6 anos, de forma recreativa na escola e foi convidada a treinar em um clube em Santo Andre, onde ficou por 1 ano. Depois treinou por 6 anos pela faculdade, de 2015 a 2022, e foi vice campeã nas provas de 50 livre e 50 borboleta da Intermed 2019.
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