Saúde Mental

Ansiedade: Como controlar?

Escrito por:Redação SO.U + Bem Estar |

Segundo estudo recente da OMS aproximadamente 9,3% das pessoas no Brasil sofrem com Ansiedade.

A ansiedade é uma doença que pode ter vários efeitos negativos na vida de uma pessoa, muitas vezes sendo um fator limitante para realização de atividades comuns e diárias.

Saber como lidar com essas questões é essencial para o bem-estar de quem sofre com isso. Por isso, neste conteúdo, você conhecerá mais sobre os níveis de ansiedade, formas de tratamento e como evitar crises.

A médica psiquiatra Dra. Susana Tamega* também esclarece as principais questões sobre o tema. Acompanhe a leitura!

Existem níveis diferentes de ansiedade?

A ansiedade é uma condição sentida por todos os seres humanos, sendo uma resposta emocional a determinadas situações da vida, como o primeiro dia em um novo emprego ou uma viagem muito aguardada. Ou seja, ela é um sinal de alerta emitido pelo organismo diante de algo desconhecido.

Contudo, existem casos em que a ansiedade se torna excessiva, ultrapassando os limites considerados normais e tornando-se uma barreira para a realização de atividades comuns na vida de uma pessoa. Em casos assim, ela passa a ser um problema.

“A ansiedade é uma resposta emocional normal que todos experimentamos em determinados momentos. No entanto, quando a ansiedade se torna excessiva e interfere significativamente em nossa vida cotidiana, ela pode ser considerada um transtorno de ansiedade”, destaca a médica.

Por isso, existem diferentes tipos de transtorno de ansiedade, com sintomas próprios e diferentes níveis de gravidade. Alguns exemplos incluem transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtorno de estresse pós-traumático.

Assim como em outras doenças psiquiátricas, existem fatores que interferem no desenvolvimento e no grau da ansiedade que uma pessoa experimenta, podendo variar de leve a grave, dependendo da situação e da pessoa.

Alguns fatores que podem contribuir para a condição são:

  • Traumas;
  • Perda de emprego;
  • Dificuldades financeiras;
  • Relacionamento familiar.

Quais são as causas?

A ansiedade pode ser desencadeada por diversos fatores, sejam eles genéticos, biológicos, psicológicos e até ambientais.

De acordo com a médica psiquiátrica Dra. Susana Tamega, estes fatores podem influenciar da seguinte forma:

Fatores genéticos

Estudos sugerem que a ansiedade pode ter uma predisposição genética. Pesquisadores identificaram vários genes que podem estar associados ao risco de desenvolver transtornos de ansiedade. No entanto, a genética não é a única causa, e outros fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento.

Fatores biológicos

Ela também pode ser influenciada por fatores biológicos, como desequilíbrios químicos no cérebro. Por exemplo, a baixa atividade do neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico) é associada a transtornos de ansiedade.

Além disso, a ansiedade pode estar associada a condições médicas subjacentes, como problemas cardíacos, doenças da tireoide e doenças autoimunes. Estudos recentes apontam que a inflamação pode ser um fator biológico importante para o desenvolvimento da condição.

Fatores psicológicos

Ela também pode ser causada por fatores psicológicos, como experiências traumáticas ou estressantes na vida, como a perda de um familiar, abuso físico ou emocional, bullying ou eventos traumáticos.

Ademais, a ansiedade pode estar relacionada a pensamentos e padrões de comportamento disfuncionais, como catastrofização (imaginar o pior cenário possível), preocupação excessiva, evitação e medo de julgamento negativo.

Fatores ambientais

Por último, a ansiedade também pode ser influenciada por fatores ambientais, como estresse no trabalho ou na escola, problemas financeiros, conflitos familiares e eventos traumáticos.

Também vale ressaltar que a exposição a substâncias químicas tóxicas, como poluentes ambientais e pesticidas, pode aumentar o risco de transtornos de ansiedade.

Quais os tipos de ansiedade?

Assim como existem diferentes níveis de ansiedade, também são diversos os tipos como ela pode se manifestar. Entre eles:

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

O Transtorno de Ansiedade Generalizada é um dos tipos mais comuns de ansiedade. O TAG tem como característica a preocupação excessiva com coisas relacionadas a vida e a rotina das pessoas, como estudo, trabalho, relações interpessoais, etc.

Fobia social

A fobia social está relacionada ao medo diante de situações de convívio social. Normalmente, a pessoa sente receio de estar sendo julgada ou avaliada quando está em meio a outras pessoas, ficando constrangida ou desconfortável em situações comuns do dia a dia.

Síndrome do pânico

Esse tipo de ansiedade é caracterizado por ataques de pânico e medos espontâneos. As crises de ansiedade para quem sofre com a síndrome vem acompanhada de sintomas físicos, como: aceleração do batimento cardíaco, falta de ar, sudorese e tremores.

Transtorno obsessivo-compulsivo

O TOC é caracterizado por movimentos repetitivos e comportamentos compulsivos. Esse distúrbio psiquiátrico é a junção de pensamentos obsessivos com compulsões.

Estresse pós-traumático

O estresse pós-traumático leva a pessoa a ter crises de ansiedade ao relembrar situações de trauma, como um assalto, acidente de trânsito ou a perda de alguém especial.

Por isso, é comum ter momentos de confusão e medo, recordando os mesmos sentimentos sentidos durante as situações traumáticas.

Quais são os principais sintomas?

A ansiedade pode ter diferentes sintomas, físicos e psicológicos, a depender também de qual tipo a pessoa enfrenta. De maneira geral, alguns dos sintomas psicológicos, são:

  • Angústia;
  • Irritabilidade;
  • Maus pressentimentos;
  • Insônia;
  • Apetite desregulado;
  • Inquietação constante;
  • Pensamentos catastróficos;
  • Falta de controle emocional

Ansiedade Como controlar

Já os sintomas físicos podem ser:

  • Taquicardia;
  • Sudorese;
  • Falta de ar;
  • Boca seca;
  • Formigamento;
  • Náusea;
  • Tremores;
  • Tontura

“É importante lembrar que esses sintomas podem ter outras causas. Por isso, é importante consultar um profissional de saúde mental para avaliar seus sintomas e determinar a causa subjacente”, reforça Susana Tamega.

Como é feito o tratamento?

O tratamento pode envolver diferentes abordagens, incluindo psicoterapia e medicação. A escolha do tratamento deve ser individualizada e baseada nas necessidades de cada paciente.

“A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das principais abordagens psicoterapêuticas utilizadas no tratamento da ansiedade. Ela tem como objetivo ajudar o paciente a identificar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais e desenvolver estratégias para lidar com eles”, explica a médica.

Já em relação aos medicamentos, existem diferentes tipos que podem ser utilizados para tratar situações de ansiedade.

A psiquiatra também destaca que os antidepressivos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) e os inibidores da recaptação da serotonina e noradrenalina (IRSN), são frequentemente utilizados no tratamento de transtornos de ansiedade.

“Os benzodiazepínicos, como o diazepam e o clonazepam, também são utilizados para tratar a ansiedade, mas são geralmente prescritos por períodos curtos de tempo, devido ao risco de dependência e efeitos colaterais”, salienta.

É importante destacar que a escolha da medicação deve ser feita pelo médico, levando em consideração os efeitos colaterais, a eficácia e a segurança do tratamento em cada caso. Susana Tamega também reforça que o uso de medicamentos deve ser combinado com psicoterapia para maximizar os benefícios do tratamento.

Como controlar e amenizar momentos de crise?

Além da psicoterapia e dos medicamentos, também existem algumas estratégias para que uma pessoa com ansiedade possa controlar melhor o quadro de saúde. A Dra. Susana Tamega destaca:

  • Técnicas de respiração: a respiração profunda e lenta pode ajudar a reduzir o quadro. Tente inspirar pelo nariz por quatro segundos, segurar a respiração por sete segundos e expirar pela boca por oito segundos.
  • Meditação: A meditação pode ajudar a acalmar a mente e reduzir a ansiedade. Existem muitos aplicativos de meditação disponíveis que podem ajudar a guiar você via meditações simples.
  • Exercícios físicos: exercícios físicos regulares, como caminhar, correr, nadar, dançar ou praticar ioga, podem ajudar a aliviar o quadro.
  • Terapia cognitivo-comportamental: um tipo de terapia que ajuda as pessoas a mudar seus padrões de pensamento negativos e a lidar com a ansiedade de maneira mais saudável.
  • Mudanças na alimentação: alguns alimentos podem ajudar na redução do quadro, como chá de camomila, valeriana, maracujá, amêndoas, ovos e peixes ricos em ômega-3.
  • Redução da cafeína e álcool: a cafeína e o álcool podem piorar a ansiedade, portanto, reduzir o consumo dessas substâncias pode ajudar.
  • Técnicas de relaxamento muscular: técnicas como o relaxamento progressivo dos músculos podem ajudar a relaxar o corpo e a mente e reduzir a crise.
  • Ter um sono adequado: dormir o suficiente pode ajudar a melhorar o humor e reduzir a ansiedade.

Já para amenizar crises de ansiedade, é importante que a pessoa conheça algumas técnicas para pôr em prática e diminuir mais os efeitos sentidos durante a crise. Entre elas:

  • Respirar fundo;
  • Praticar a meditação ou o mindfulness;
  • Buscar ajuda;
  • Pratique atividades prazerosas;
  • Cultivar uma rotina saudável;
  • Desenvolver novas habilidades;
  • Mantenha uma perspectiva positiva.

“É importante lembrar também que a ansiedade é uma condição médica e, em casos mais graves, pode ser necessário procurar ajuda profissional de um psicólogo ou psiquiatra”, finaliza a Dra. Susana Tamega.

 Veja também: Controlando o estresse e a ansiedade através do Yoga

*Dra. Susana Tamega é Médica Especialista em psiquiatria clínica e forense.

Sobre o autor

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