Saúde & Bem Estar

Lidando com a sobrecarga: dicas para mães

Escrito por:Redação SO.U + Bem Estar | 11 min

Professora de yôga dá alguns conselhos para lidar com a carga extra neste período

Desde que a pandemia de Covid-19 foi declarada pela Organização Mundial de Saúde, muitos estudos têm sido conduzidos para investigar o impacto do período na vida de milhares de pessoas. Entre os achados, está a diferença dos efeitos na saúde mental entre os gêneros. A pesquisa “Women’s Forum”, da Ipsos, mostrou que as mulheres têm sofrido mais com ansiedade, medo e sensação de desamparo do que homens, além de sentirem-se menos confiantes e com menos tempo para se dedicar a si mesmas.

Outro estudo, da Sempreviva Organização Feminista, aponta que 50% das mulheres passaram a cuidar de alguém durante a pandemia e 72% disseram que a necessidade de acompanhamento e monitoramento de idosos, crianças ou de pessoas com deficiência aumentou neste período. Além de 41% informarem que estão trabalhando mais e 8,4% reportarem ter sofrido alguma forma de violência.

E, para as mães, a situação não é diferente. Porém, o impacto do período ainda trouxe uma carga extra, com acompanhamento de aulas online, trabalho remoto e tarefas de casa. Levantamento do Sebrae Minas mostra que 33% das mulheres empreendedoras tiveram de reduzir seu tempo dedicado aos negócios e 3 em cada 10 passam mais de 3 horas do dia com atividades do lar e cuidados com as crianças. Esses fatores junto das preocupações trazidas pela pandemia, como medo de contaminação e de ficar desempregada, têm aumentado o stress e ansiedade das mães.

Por isso, para o Dia das Mães, que será comemorado no Brasil no próximo domingo, a professora de yôga Chandra DeRose contou um pouco sobre a importância da meditação neste momento: “A meditação é um trabalho que traz um conhecimento sobre você mesma, conseguindo perceber melhor o estado de irritabilidade, de cansaço, de tensão ou, até mesmo de relaxamento, a frequência cardíaca e a velocidade da respiração. A partir do momento que a gente fica bem, que medita e tem esse autogerenciamento, isso vai auxiliar no estado das crianças. Se o adulto entrar na mesma sintonia da criança, de birra ou muito irritado, por exemplo, isso só piora o quadro geral. Quando desenvolve uma boa meditação, é trabalhado o autocuidado e dedicado um tempo a si mesma. E isto influencia a criança como se fosse um espelho, e traz um gerenciamento familiar mais satisfatório”.

A respiração também tem um papel importante neste momento, colocado pela professora como a âncora entre o inconsciente e consciente. “Está relacionada diretamente a nossas reações emocionais externas. Quando há um controle absoluto da respiração, a gente consegue direcionar a emoção”.

E, para aquelas que desejam começar a exercitar essas práticas, a professora listou algumas dicas:

1. Ache um tempo para si mesma: o isolamento social diminuiu muito o núcleo família e as mães se sentiram muito sozinhas. Ficou sem os braços para auxiliar, seja sogra, avó, ou outra ajudante, mas as atividades não reduziram. Então, tem todo trabalho de gerenciamento, para deixar tudo muito sintonizado. Se a mãe não tira um tempo para si mesma, começa a dar um curto-circuito nesta estrutura. Procure dedicar nem que sejam 15 ou 20 minutos para cuidar de você. Se você assumir esse tempo que precisa, o espaço é o de menos. Pode ser na cama, no banheiro, não precisa de muito espaço para ter esse autocuidado. E perceba a importância desses minutos.

2. Comece a meditação: para iniciar a meditação é muito simples. Pode fazer a noite, todos os dias, antes de dormir. Sente-se um pouco, feche seus olhos e observe sua respiração. Faça um pequeno escaneamento de como foi seu dia, suas atitudes, o que pode ser melhorado, modificado. E começa a projetar como quer que seu dia aconteça amanhã, aquilo que você gostaria, quais atitudes e emoções e observe seus filhos como pessoas em desenvolvimento. Tudo isso com uma respiração muito sutil, muito tranquila. Todos os dias antes de dormir, faça essa retrospectiva do seu dia e a imaginação de como você gostaria que fosse o amanhã. O que você pode fazer para ser melhor, principalmente para você mesma e como isso vai influenciar na rotina familiar.

3. Respire: a respiração é o único ato inconsciente que você consegue interferir de forma voluntária sempre que quiser. E é através dessa interferência que você consegue influencia-la no dia a dia. Você tem uma rotina respiratória cotidiana, respiração nasal tanto quanto inspira e expira, tendo movimento natural do diafragma, quando puxa o ar abdome vai para fora e quando solta, vai para dentro. Isso ocorre em todas as atividades e tem de ser manter coerente a todo instante. Existem técnicas especificas com efeitos específicos no teu organismo, que podem ser orientados por um professor habilitado. Mas observe sua respiração a todo o momento e veja que o seu impulso para respostas, por exemplo, também irá mudar.

4. Alongue-se: existem várias posições e alongamentos que podem ajudar. Primeiramente, há duas partes do corpo que devem prestar atenção: a lombar, alterada desde a gravidez, pelo crescimento da barriga e mudança estrutural, e o pescoço, região da corcunda para não criar cifose. São pontos que doem e de estrutura do corpo. Quando acordar ou após algum tempo, pare um pouquinho e faça um movimento no pescoço, abra seu peito, observa a sua postura e seu abdome. Faça movimentos para frente, juntando as pernas, com joelhos estendidos e joga seu corpo para frente. Assim você vai aliviando as tensões lombares, melhorando a irrigação sanguínea de toda coluna e destravando o pescoço. Quando estamos sem dor, a vida muda.

5. Inclua seus filhos: após um primeiro momento único, pessoal e intransferível consigo mesma, você pode chama-los para participar. Esse momento é muito interessante, porque as vezes a gente quer ser uma super heroína: não sinto medo, não sinto raiva, não choro. Quando a gente compartilha uma meditação com os filhos, principalmente a partir de 7 anos, eles começam a criar empatia e ver você também como um ser humano. É uma ligação única que você vai ter com os seus filhos. Então, basta se sentarem para bater um papo, numa posição gostosa de meditação, desligando o telefone e perguntado como foi o dia do seu filho, ouvindo a resposta e contando um pouco do seu. A meditação não é só você parar de pensar, não é só você conduzir os teus pensamentos. É você estar presente no aqui e no agora, e isso não precisa de técnica. Não precisa de muitas coisas, é só estarem ligados no momento e presentes.

 

*Chandra de Rose iniciou sua jornada no yôga ainda criança. Em 2001, aos 18 anos, formou-se em yôga e, desde então, é uma profissional que se dedica a transmitir as técnicas de forma clara aos seus praticantes, possuindo seu estilo próprio de conduzir as práticas, baseado em sua história de vida e em seu desenvolvimento dentro dessa filosofia. Seu objetivo é entregar ferramentas práticas para a concentração, respiração e meditação, aumentando assim a vitalidade e auxiliando na administração do stress e no alívio de dores e tensões do dia a dia.

Sobre o autor

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