Saúde & Bem Estar

Idosos x pandemia: os efeitos do isolamento social

Escrito por:Dr. Fernando Cordeiro Pimentel | 5 minutos de leitura

Em tempos de Covid-19, cuidados da terceira idade para manter a calma e evitar transtornos psicológicos

Como se sabe, o isolamento social é a melhor forma de combate à expansão do COVID-19. Ficar em casa e manter distanciamento social é o grande escudo da população idosa. Mas devemos ficar atentos para outras doenças que podem surgir, ou se agravar, como o estresse e ansiedade a depressão.

No idoso, essas doenças tem característica diferente da população mais jovem, aparecendo com sintomas de alterações de sono e apetite ou, mais comumente, dores novas ou piora das dores antigas.

A preocupação torna-se  maior ainda quando essas alterações no apetite e no sono, podem fazer surgir, ou até agravar, quadros crônicos como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.

O idoso tem medo por si e por seus familiares.

Uma vez que informação é a melhor arma contra o vírus, não há como evitar acompanhar as noticias. E a atual pauta dos noticiários, seja online, TV, etc, é muito pouco animadora. É preciso informar-se, sim, mas evitar ficar concentrado apenas em noticias sobre a pandemia. O ideal é que se estabeleça um horário para as notícias. As outras partes do dia podem ser divididas entre Internet, filmes, livros, séries, canais religiosos, com programação sem relação com a pandemia.

Cozinhar:

Outro bom caminho  é cozinhar. Preparar receitas, descobrir novos ingredientes, dar asas à imaginação culinária, ou mesmo resgatar grandes receitas de família.

Exercícios físicos:

Manter-se ativo, de acordo com as possibilidades físicas de cada individuo, é outro item para manter as emoções reguladas – mesmo pequenas caminhadas entre os cômodos, ajudam a combater o stress do confinamento. Evite passar dia todos em frente à TV ou deitado na cama.

Contato com o mundo exterior:

O distanciamento social não tem que ser sinônimo de solidão. Chamadas de áudio ou de vídeo, ou o uso das redes sociais, dever fazer parte da rotina, para contatar família e amigos. Uma boa dica são “calls” em grupo familiar.

Aceitar ajuda:

Possivelmente este é um dos períodos de maior solidariedade da história. Assim, não falta quem deseje  auxiliar os mais velhos. Aceite o “help” que vem de seu vizinho, seja para as compras do mercado, da farmácia, etc. E não deixe de utilizar os serviços de delivery.

Espiritualidade:

Não importa o seu credo: procure meditar, orar ou rezar. Sabe-se que pessoas com alguma crença são mais positivas e reagem melhor a problemas e adversidades — como a atual pandemia. Assim, procure, ao longo do dia, conectar-se consigo mesmo em suas reflexões e preces.

Estamos fazendo o que é certo. Estamos em um período de relativa flexibilização mas, para os idosos, a quarentena é a medida a ser seguida. Em algum momento, tudo vai passar. Até lá, que tal seguir as regrinhas acima para tornar menos pesado, psicologicamente falando, o isolamento social?

Sobre o autor

Cirurgião Vascular, é diretor executivo do Serviço de Atendimento e Referência em Álcool e Drogas (Sarad) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (HC-FMB) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e ex-estagiário em psiquiatria do Departamento de Neurologia e Psiquiatria da FMB-UNESP (2016-2018)

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