A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2040, cerca de 111,5 milhões de pessoas terão glaucoma no mundo. Atualmente, existem, por volta de, 80 milhões de pessoas com a doença.
Os números expressivos são pauta de discussão para o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, que está marcado no calendário para o dia 26 de maio. Essa data foi escolhida para conscientizar os brasileiros a respeito da doença.
Nesse sentido, vale destacar que ele é a principal causa de perda de visão no mundo e é necessário que as campanhas sejam disseminadas com informações de qualidade. Dessa forma, o especialista em glaucoma, Dr. Enderson Dantas Vital*, responde às principais dúvidas.
O que é glaucoma?
O glaucoma é uma doença responsável por afetar os olhos do indivíduo. Ele é resultado de uma ampliação da pressão intraocular, também conhecida como pressão interna do globo ocular.
Atualmente, a condição está presente em cerca de 1 milhão de brasileiros e brasileiras, de acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma.
“[Essa] é uma doença ocular capaz de causar cegueira se não for tratada a tempo. É uma enfermidade crônica, que não tem cura. Mas, na maioria dos casos, pode ser tratada com cuidados contínuos”, afirma o Dr. Enderson Dantas Vital.
O dano na visão dos pacientes com a condição é o resultado do aumento da pressão ocular que causa uma destruição de células ganglionares, essas células formam o nervo óptico.
A estrutura é responsável por fazer a ligação entre os olhos e o cérebro occipital. Este último é o lobo responsável pelas suas percepções visuais (forma, movimento, cores).
É necessário ressaltar que, dentro da doença glaucoma, existem diferentes tipos e formas de manifestação, ele pode ser secundário, congênito, entre outros.
Quais são os tipos de glaucoma?
Como você viu, o glaucoma pode possuir diversas causas e formas de manifestação. Os principais tipos são:
- Glaucoma crônico de ângulo aberto: essa forma de manifestação é encontrada em cerca de 80% dos casos registrados, sendo mais comum;
- Glaucoma agudo: essa variação da doença se apresenta em forma de dor intensa e náuseas. Nela, o olho sofre um aumento súbito na pressão e é um caso de emergência;
- Glaucoma de pressão normal: nesse caso, existe um dano que causa estreitamento da visão, ou seja, o campo periférico entra em processo de deterioração;
- Glaucoma secundário: é causado por outras doenças, que não são glaucoma. Por exemplo, ele está relacionado a doenças e lesões;
- Glaucoma congênito: essa variação se manifesta desde os primeiros meses de vida, em alguns casos o aumento da pressão ocular pode acontecer ainda durante o período gestativo.
Dentre esses, a forma mais grave de manifestação é o glaucoma agudo. Ele afeta de forma fulminante a região e pode causar perda da visão em cerca de 24 horas após os primeiros sintomas.
Como você pôde perceber neste tópico, a origem do glaucoma é variada. Podendo ser de nascença ou manifestada ainda nos primeiros anos de vida, ainda pode ser causada por fatores diversos.
Quais são os sintomas?
Quando essa região sofre com a manifestação da doença a visão do paciente começará a apresentar falhas no início. Em geral, elas são discretas e de difícil percepção.
Inclusive, em muitos casos, é possível que o glaucoma não apresente sintomas. Dessa forma, pode-se dizer que a doença age de uma forma silenciosa e imprevisível. No entanto, é possível ficar atento a determinados sinais, como:
- perda gradual de visão;
- dor localizada na região dos olhos;
- visibilidade embaçada;
- vermelhidão e inchaço na região dos olhos;
- vômitos e náuseas;
- olhos lacrimejando em demasia;
- sensibilidade forte à exposição de luz;
- nebulosidade nos olhos.
Existem fatores de risco?
Como você viu, o glaucoma pode ser uma doença silenciosa. Portanto, é importante ter atenção aos possíveis fatores de risco.
Entre eles estão:
- pessoas com a pressão intraocular elevada;
- indivíduos com mais de 60 anos;
- histórico familiar;
- uso prolongado de medicamentos com corticosteróides;
- doenças oculares, como catarata, tumores e inflamações em geral;
- condições como diabetes, problemas cardíacos, hipertireoidismo e hipertensão.
“As pessoas que têm casos na família possuem 10 vezes mais probabilidade de desenvolver a doença”, comenta o Dr. Enderson Dantas Vital. Desse modo, a prevenção deve ser a palavra de ordem para evitar a evolução de uma doença grave como esta.
“Quanto mais precoce for o diagnóstico maiores serão as chances de se evitar a perda da visão”, explica o médico.
Como é feito o diagnóstico?
A detecção do glaucoma acontece por meio de um exame oftalmológico. “O seu médico faz a medida da pressão ocular e examina o fundo de olho. Quando existe a suspeita de glaucoma ele solicita exames complementares”, destaca o especialista.
Ainda de acordo com o médico, os exames mais comuns que podem ser pedidos para confirmar ou negar a hipótese são: Campimetria ou campo visual, retinografia e tomografia de tomografia óptica coerente (OCT).
Quais são os possíveis tratamentos?
O tratamento para o glaucoma deve ser feito de forma contínua, sem pausas. O objetivo principal é evitar que a doença continue progredindo de forma descontrolada.
Mas para que seja possível controlar a condição é necessário que exista 100% de comprometimento do paciente e do seu médico que irá prestar as orientações.
As opções de medicamentos e tratamentos são: colírios, laser, cirurgias e medicamentos injetáveis. O curso de tratamento deverá ser decidido por um médico especialista.
O paciente deverá fazer as suas consultas de forma regular, na frequência solicitada pelo seu médico. Além disso, é fundamental não esconder sintomas ou desconfortos, conversar com a sua família sobre possíveis dificuldades e as expor no consultório.
Procure um oftalmologista e faça uma consulta de rotina para verificar a saúde dos seus olhos. O glaucoma é uma doença silenciosa, mas a prevenção não deve ser.
*Dr. Enderson Dantas Vital é Médico Oftalmologista Especialista em em Glaucoma Clínico e Cirúrgico e Glaucoma Congênito (Cirurgias Filtrantes e Implante de Tubos de Drenagem). | @oftalmocev
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