Há informações surpreendentes sobre burnout às quais não se dá atenção e que não são levadas ao conhecimento da opinião pública. Uma delas é a de que o conceito atual de burnout é dado pelo MBI – Maslach Burnout Inventory, um questionário com 22 perguntas.
O MBI e o burnout são considerados sinônimos pelos próprios autores, que dizem: “Na prática, o conceito de burnout coincide com o MBI e vice-versa”. Outro autor, o pesquisador dinamarquês Kristensen, crítico do MBI/burnout, diz que “Burnout é o que o MBI mede e o MBI mede o que é burnout”. Ocorre que o MBI é um bem privado, rigorosamente protegido por direitos autorais.
É usado em mais de noventa por cento das pesquisas sobre burnout no mundo e não está disponível para livre discussão e publicação nos meios científicos. Para realizar pesquisas com o MBI, além de comprar o Manual (cinquenta dólares a versão on line, com direito de uso durante um ano), você precisa comprar, também, os questionários (dois dólares e cinquenta cada exemplar) e obter permissão por escrito para aplicá-lo. A empresa da Califórnia que administra os direitos autorais (Mind Garden Inc.) não permite que você comente livremente o MBI, mesmo que você se disponha a pagar por um exemplar.
Veja também: Burnout: 7 curiosidades (surpreendentes)
Obviamente, isso introduz um viés comercial associado às pesquisas sobre burnout. E com o viés comercial vem uma inevitável tendenciosidade nessas pesquisas. Dentre outros motivos, quem iria gastar dinheiro com uma “doença” na qual não acredita?
Mas as coisas não param por aí. A Organização Mundial da Saúde adotou, na CID 11, o conceito de burnout do MBI e, consequentemente, pesquisas sobre esse fenômeno estão sujeitas a pagamento e aprovação pelos detentores dos direitos autorais. Portanto, não é exagero dizer que a OMS homologou o primeiro fenômeno humano coberto por direitos autorais…
Fonte: Dr. Estevam Vaz de Lima– Médico Psiquiatra e Psicanalista | Médico pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); psiquiatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria/Associação Médica Brasileira, psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise/International Psychoanalytical Association, Médico Psiquiatra e Perito Oficial do Tribunal Regional de Trabalho da 2ª. Região; professor convidado do Curso de Formação de Juízes da EMATRA2; ex-aluno e professor convidado do Curso “Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho” do grupo SAMPO/ Instituto de Psiquiatria/FMUSP; assistente técnico da União em Psiquiatria.
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