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Alzheimer: O que é? Sintomas e tratamentos

Escrito por:Redação SO.U + Bem Estar |

Grande responsável pelos casos de demência no mundo, não tem cura e deve ser tratado de forma precoce para retardar sua evolução.

O Alzheimer, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), é o grande responsável por 70% dos casos de demência no mundo. Desse modo, ele é uma das doenças degenerativas mais graves atualmente.

A Alzheimer’s Disease International afirma que em 2030, o número de pessoas com a doença pode chegar a 74,7 milhões. Em 2050 essa quantidade alcançará o patamar de 131,1 milhões, segundo a previsão.

Sabendo disso, é importante você compreender o que é o Alzheimer, quais são os seus sintomas e como ele pode ser tratado. Neste artigo você terá acesso às principais informações, com entrevista do médico geriatra Dr. Paulo Camiz*.

Acompanhe a leitura!

O que é Alzheimer?

Descoberta em 1906 pelo alemão Alois Alzheimer, a doença é descrita pelo Dr. Paulo Camiz como: “uma doença que tem início da região do hipocampo do cérebro, onde causa a morte irreversível de neurônios que são muito importantes para a preservação da memória”.

O Alzheimer é apenas um dos 60 tipos de demências já conhecidas na história. Além de causar perda de memória, ele também é responsável por transtornos de atenção, linguagem, capacidade de planejamento, dentre outros.

Segundo o médico Paulo Camiz, o Alzheimer é muito comum em pessoas que já estão na terceira idade — ou seja, a partir dos 60 anos. Contudo, o profissional ressalta que esta doença pode acometer pessoas fora dessa faixa etária.

Quais são as causas mais comuns?

Existem muitas causas que podem ser responsáveis pelo desenvolvimento do mal de Alzheimer. Apesar de ser mais popular em idosos, ela não está ligada apenas ao fator etário:

Aumento de Amiloide

O Dr. Paulo Camiz explica que umas das principais causas para o Alzheimer é o acúmulo de Amiloide, uma proteína anômala que se concentra no cérebro. Ela acaba provocando perturbações mentais de quem possui esse mal.

Proteína de Tau

Outro acúmulo de proteína visto como uma das grandes causas para o mal de Alzheimer é em relação a Tau uma vez que o grande número dela gera mortes celulares.

Apesar de ser uma proteína que faz parte do microtúbulo, estrutura responsável pela transferência de nutrientes entre células nervosas, o acúmulo excessivo de Tau é uma característica única da doença Alzheimer.

Falha de energia neuronal

Por ser uma das partes do corpo humano que mais necessita de energia para se manter ativo, o cérebro quando não tem essa energia necessária acaba desenvolvendo o mal de Alzheimer.

Na medida que você está envelhecendo, a predisposição é que o seu cérebro aumente a quantidade de energia consumida. Contudo, por ter menos energia para ceder, o seu cérebro acaba sofrendo de morte de alguns neurônios.

Histórico familiar 

Caso você possua parentes, seja avó, tio ou primo, com histórico de Alzheimer, as suas chances de também desenvolver essa doença no futuro aumentam drasticamente.

Mesmo que não seja o principal fator para a evolução da doença, é um dos pontos que você precisa ficar atento para se precaver.

Alzheimer O que é Sintomas e tratamentos

Como identificar os primeiros sintomas do Alzheimer?

O Dr. Paulo Camiz diz que os primeiros sintomas da doença de Alzheimer estão relacionados à memória de curto prazo. “A pessoa não consegue assimilar fatos recentes, afetando atividades diárias da vida dela, como esquecer o endereço que acabou de aprender, além de respostas de perguntas que ela fez a pouco tempo”, explica o médico.

Ademais, o mal de Alzheimer também pode ser definido em quatro fases, da inicial à terminal.

  • Inicial: Período preliminar para quem possui a doença, onde, além de apresentar alterações de memória a curto prazo, também mostra alterações na personalidade e em habilidades visuais e espaciais;
  • Moderada: Na segunda fase, quem possui Alzheimer mostra dificuldade em falar e em coordenar movimentos, se mostrando muito atrapalhado. Além disso, neste mesmo período a pessoa se mostra muito agitada e com dificuldade de dormir;
  • Grave: Neste momento a pessoa, além de ter uma piora nas funções motoras, se mostra resistente a fazer diárias, como tomar banho. Ademais, ainda apresenta problemas de incontinência urinária e fecal;
  • Terminal: Durante esta última fase, a pessoa irá precisar de cuidados em leito, fora apresentação de mutismo, dor ao engolir e infecções intercorrentes.

Como é feito o diagnóstico do Alzheimer?

O Dr. Paulo Camiz explica que o diagnóstico de Alzheimer é feito de maneira clínica, ou seja, fazendo análise dos possíveis sintomas que ela tenha. “Você vendo que a pessoa tem uma alteração de memória que tem impacto na vida dela, como em atividades usuais”, diz o médico.

Contudo, Camiz diz que é preciso desconsiderar causas diferentes da doença de Alzheimer, como AVC ou tumor cerebral, que até podem gerar problemas com memória, mas não estão relacionadas com o Alzheimer.

Ainda é possível fazer exames para procurar as principais causas da doença, onde procuram a proteína Amiloide no cérebro.

Quais são as opções de tratamento?

Infelizmente, o mal de Alzheimer ainda não possui cura. Os seus tratamentos têm como objetivos retardar a doença e preservar as funções intelectuais da pessoa por mais tempo possível.

O Dr. Paulo Camiz ressalta que começar os tratamentos o mais cedo possível é muito importante para a doença conseguir ser retardada o máximo.  Veja a seguir alguns exemplos de tratamentos:

Musicoterapia

A terapia feita através da música faz com que o paciente participe de atividades musicais, seja por meio de instrumentos ou até mesmo pelo canto.

O ato de tocar ou cantar músicas que foram marcantes na vida da pessoa faz com que a mesma desperte boas memórias, ocasionando em reconexão com entes queridos e até mesmo com sua própria identidade.

Além disso, a musicoterapia também envolve danças, caso o paciente esteja apto fisicamente. Podendo gerar benefícios fisiológicos e cognitivos, fora uma diminuição de estresse, ansiedade e depressão.

Psicoterapia

Considerado um dos tratamentos mais recomendados para pessoas com Alzheimer — visto que ajuda o paciente a lidar com depressão, agitação e ansiedade, grandes sintomas da doença.

A psicoterapia acontece por meio de um tratamento colaborativo entre o paciente e um psicólogo. Onde é formado por um ambiente que permite a pessoa falar abertamente.

Fisioterapia

Por meio de um fisioterapeuta especializado em Alzheimer, o profissional pode ajudar a pessoa a ter as limitações minimizadas.

Além disso, a fisioterapia pode fazer com que o paciente tenha uma série de exercícios que o mantenham em movimento. Isso faz com que o cérebro se mantenha ativo, consequentemente desacelerando a doença e ainda melhora o equilíbrio, força muscular e flexibilidade.

Como é possível ajudar a pessoa com Alzheimer?

O Dr. Paulo Camiz diz que a melhor maneira de ajudar uma pessoa com Alzheimer é você educar as pessoas próximas à aquela que está com a doença. É importante que saibam como ela acontece e quais são os principais sintomas para terem uma boa relação.

“Há uma série de sintomas comportamentais, como agressividade, delírios e distúrbios de apetite que prejudicam muitos mais em relação a problemas com a memória. Você educando quem está por perto que isso pode acontecer, é um passo importante”, comenta o médico.

Quais atividades são contraindicadas para esse público?

Por afetar tanto a saúde física quanto as habilidades cognitivas, existem certas atividades que podem ser mais complexas para uma pessoa com Alzheimer. Dirigir é um exemplo, visto que ela pode se perder ou se agitar em meio ao trânsito.

No entanto, o Dr. Paulo Camiz explica que não existe uma regra geral sobre “proibições”. “Não existe uma contraindicação absoluta de qualquer atividade para quem tem mal de Alzheimer. A pessoa pode fazer tudo, desde que com segurança”, finaliza ele.

Veja também: Plantão #7 | Geriatria e Saúde

*Dr. Paulo Camiz, Médico Geriatra e Clínico geral, Professor da USP e idealizador e criador do projeto Mente turbinada, sobre Geriatria, Envelhecimento e Saúde. 

Sobre o autor

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