A dor durante a relação sexual é mais comum do que parece em mulheres jovens. Contudo, esse desconforto também pode se estender para outros momentos na vida da mulher. Mas, afinal, em algum momento você já parou para se perguntar por que isso acontece? Ou mesmo qual o motivo de algumas mulheres sentirem dores mais intensas durante o sexo? A resposta para esses questionamentos é o vaginismo.
O que é o vaginismo?
O vaginismo é uma disfunção do corpo feminino que leva à contração involuntária do assoalho pélvico — conjunto de músculos e ligamentos que sustentam todos os órgãos da região pélvica, como bexiga, útero, reto e intestino.
Essa contração resulta no “fechamento” da vagina, com o objetivo de impedir que haja qualquer penetração nela. Sendo assim, seja o pênis ou outros objetos — como absorventes internos ou aplicadores de pomada — usados para penetrar a vagina causam uma dor extrema.
Quais são as causas do vaginismo?
Antes de mais nada é importante destacar que o vaginismo afeta milhares de mulheres no mundo inteiro. Da mesma forma em que não há uma causa específica para o seu surgimento, mas uma combinação de fatores culturais, socioeconômicos, religiosos e físicos.
O vaginismo é uma forma que o corpo feminino encontra para se proteger. Ou seja, a contração do assoalho pélvico é uma resposta a uma situação de ameaça.
Por isso, as causas do vaginismo são inúmeras. Elas podem ir desde casos nos quais a mulher sofreu alguma violência ou alguma lesão na vagina.
Para exemplificar, os principais motivos que podem levar uma mulher a sofrer de vaginismo, são:
- Relação sexual forçada;
- Exames ginecológicos traumáticos;
- Repressão da sexualidade;
- Ansiedade e medo;
- Falta de educação sexual;
- Infecções no trato urinário;
- Atrofia vaginal;
- Lesões na vulva ou na vagina;
- Doenças sexualmente transmissíveis.
Quais os sintomas do vaginismo?
O vaginismo traz diversos sintomas físicos e emocionais que podem variar de intensidade. Esses sintomas podem afetar a capacidade da mulher no momento da penetração vaginal, realização de exames médicos ou outros procedimentos ginecológicos.
Os sintomas mais comuns do vaginismo incluem:
Dor durante a penetração
Provavelmente um dos sintomas mais comuns em mulheres que sofrem de vaginismo é a dor durante a penetração no sexo. Essa é uma característica que atinge principalmente o público feminino mais jovem.
Sendo assim, as mulheres podem ter dificuldade em permitir a entrada de qualquer objeto na vagina, tornando o sexo ou exames ginecológicos muito dolorosos.
É comum que mulheres relatem o desconforto sexual sobretudo na primeira vez, mas caso essa dor permaneça é importante avaliar junto a um especialista se ela não está ligada à contração involuntária da vagina.
Dificuldade em inserir absorventes internos
Assim como a penetração de objetos pode ser impossibilitada pelo vaginismo, o mesmo vale para o uso de absorventes internos.
Ao tentar inserir absorventes ou coletores internos durante a menstruação, a mulher pode sentir o incômodo causado pela contração da vagina, visto que os objetivos são recebidos pelo corpo feminino como uma ameaça.
Tensão muscular generalizada
Outro sintoma do vaginismo é a tensão generalizada, que também contribui para a contração da vagina. Essa tensão muscular pode se espalhar para outras áreas do corpo, como abdômen e coxas.
A tensão também está ligada a dificuldade de relaxar durante o sexo, causando o medo e desconforto antecipado.
Ou seja, a ansiedade e o medo associados ao vaginismo podem aumentar a resposta de tensão muscular, criando um ciclo em que a expectativa de dor leva a uma maior tensão muscular, o que por sua vez aumenta a dor.
Necessidade de fugir das relações sexuais
Ao ter experiências negativas por conta do vaginismo, a tendência é que as mulheres evitem as relações sexuais pelo medo de sentir a dor.
Isso contribui para uma vida sexual pouca ativa ou mesmo afeta a duração de relacionamentos pela falta de contato íntimo e afetivo.
Como tratar o vaginismo de forma eficaz?
O tratamento do vaginismo envolve um conjunto de abordagens, combinando aspectos médicos, psicológicos e físicos abrangendo as diversas causas que podem levar à disfunção.
O primeiro passo é procurar um médico ginecologista que possa avaliar suas condições médicas para verificar a existência ou não do vaginismo. Para isso será necessário realizar exames que levem ao diagnóstico correto e descartem outros problemas de saúde.
Após o diagnóstico, um dos tratamentos que podem ser feitos é a fisioterapia pélvica. Ela trabalha os músculos do assoalho pélvico ensinando exercícios para fortalecer, alongar e relaxar os músculos da região.
Outra alternativa é fazer acompanhamento com um terapeuta sexual ou psicólogo especializado em questões sexuais. Esse ponto é importante para abordar aspectos psicológicos e emocionais do vaginismo, tais como ansiedade, medo, traumas passados e crenças negativas em relação ao sexo.
Existem alguns casos em que o uso de medicamentos é fundamental. Essa medicação inclui relaxantes musculares ou ansiolíticos que atuem diretamente nos sintomas relacionados ao vaginismo.
É importante lembrar que é individual e precisa ser adaptado para cada caso, inclusive pela variedade de causas que pode levar à disfunção. Ter profissionais de confiança é a melhor forma de lidar com os sintomas do vaginismo e buscar a solução mais eficaz para o seu caso.
Sobretudo lembre-se que o tratamento leva tempo, então não espere resultados da noite para o dia. Tenha paciência e aos poucos perceba os seus avanços em resposta às estratégias para tratar o vaginismo.
Veja também: Plantão #9 | Vaginismo
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