As articulações são, possivelmente, a parte do nosso corpo que mais sofre os impactos do envelhecimento. Nesse cenário, a cirurgia de prótese de joelho pode ser uma das estratégias mais indicadas para garantir saúde e qualidade de vida.
No entanto, quando se fala em uma cirurgia, especialmente em idoso, é natural que algumas pessoas fiquem receosas quanto ao procedimento. Dúvidas sobre a segurança e o tempo de recuperação são algumas das principais.
Por isso, neste artigo você vai entender as principais questões quanto à prótese de joelho em idosos. Além disso, o Dr. Pedro Baches, Ortopedista Especialista em Joelho e Oncologia Ortopédica, traz dicas sobre os benefícios que o procedimento trará.
Quando é recomendado o uso da prótese?
Uma dúvida muito comum entre os pacientes é o momento em que esse processo é recomendado. Em linhas gerais, a prótese de joelho é necessária quando os demais procedimentos não cirúrgicos falharam em apresentar soluções.
“A prótese é como se fosse um porto seguro. Pois quando a pessoa tem muita dor no joelho e os tratamentos não funcionam mais, ela ainda tem essa solução. Ou seja, faz a prótese e melhora a condição da articulação”, explica o Dr. Pedro Baches.
Por isso, principalmente em casos quando o paciente já tomou bastante medicação, fez fisioterapia e exercícios para fortalecimento e, mesmo assim, o joelho ainda traz dificuldades, a prótese passa a ser uma alternativa.
Veja também: A prótese de joelho, um porto seguro
Há alguma contraindicação?
Como em boa parte das intervenções cirúrgicas, todos os casos devem ser analisados de maneira individual. Assim, é possível identificar se o paciente possui alguma condição que dificulte o processo.
No entanto, não há muitas contraindicações quanto ao uso da prótese. “Claro que se a pessoa estiver muito debilitada de saúde, esta pode ser uma cirurgia perigosa. É melhor melhorar as condições do paciente para realizar o processo com segurança”, ressalta o ortopedista.
Além disso, embora seja uma situação rara, também é possível encontrar pessoas com alergias a metais. Em casos como esse, a prótese tradicional não é uma recomendação, é necessário contar com uma que seja específica.
“Outra situação que pode indicar uma contraindicação é se a pessoa tem alguma infecção óssea. Isso pode ser um risco para a prótese. Nesse cenário, é interessante uma avaliação minuciosa antes de realizar a cirurgia de implante”, destaca o Dr. Pedro Baches.
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O que deve ser avaliado após o implante da prótese?
O objetivo do implante de prótese é fazer com que a pessoa volte à normalidade o mais rápido possível. “Dentro de 15 minutos, essa prótese tem o cimento que a fixa ao osso seco, então, teoricamente, a pessoa já pode sair andando”, explica.
Dessa forma, com a prótese, o intuito é que o paciente já possa caminhar. Contudo, ainda é preciso tomar alguns cuidados nessa etapa. Assim, é interessante dar um dia de descanso e adaptação para que, no segundo, ele possa andar normalmente.
O motivo para isso, segundo o Dr. Pedro Baches, é que o imobilismo faz muito mal, especialmente para os pacientes de mais idade. Essa situação pode favorecer uma trombose, uma pneumonia e demais cenários que podem afetar sua saúde.
Assim, após o implante da prótese, é preciso observar alguns detalhes. Um treino de marcha, por exemplo, é essencial para que a pessoa possa reaprender a andar com segurança. Além disso, o curativo também precisa de um acompanhamento mais próximo e ser trocado periodicamente.
Outra questão que precisa de atenção é se a região está desinchando gradativamente. A fisioterapia logo no início também pode ser interessante para iniciar o ganho de força muscular.
“O objetivo é tentar devolver a qualidade de vida. Fazer com que a pessoa volte a ter suas atividades mais próximas do normal o mais rápido possível. Algo que, com a dor e desgaste, ela não conseguia”, afirma o especialista.
Veja também: Lesões no joelho: o que as causam e como se prevenir
Quais os cuidados o idoso precisa tomar?
O primeiro passo após o implante da prótese de joelho é priorizar o processo de reabilitação. É preciso que ele seja adequado para cada situação. O objetivo é que o idoso retome seu equilíbrio ao mesmo tempo em que fortalece a sua musculatura.
“O idoso com prótese precisa focar em manter seu equilíbrio, para caminhar e fazer suas atividades, ganhar muita força. O que eu mais me preocupo são com os exercícios força muscular de glúteo, coxa e panturrilha”, argumenta o ortopedista.
Dessa forma, é possível proteger a prótese e, principalmente, dar uma maior segurança ao idoso. Como é sabido, uma das maiores ameaças à saúde deles são as quedas — que podem ocasionar graves fraturas.
Veja também: Equilíbrio muscular e o joelho
Há algum risco para a saúde?
Como em todo procedimento cirúrgico, é inevitável a existência de riscos. Contudo, esse processo de decisão sempre deve buscar o equilíbrio na equação entre os riscos e os benefícios da cirurgia.
Assim, ela só é indicada quando seus pontos positivos para a saúde e vida do idoso forem maiores que os riscos envolvidos. “Os riscos conseguimos minimizar fazendo uma boa avaliação clínica, um bom procedimento anestésico e uma cirurgia rápida”, explica o especialista.
No entanto, é importante destacar que deixar de fazer a prótese também se configura em um risco. De acordo com o Dr. Pedro Baches, um paciente com artrose, já com muita dor, fica com dificuldades de fazer atividades que antes eram normais — como caminhar.
“Além da dor, a qualidade de vida fica e a condição cardiopulmonar do paciente fica muito prejudicadas. O desgaste do joelho vai fazer com que haja uma piora da condição cardiológica, porque esse paciente praticamente não se movimenta mais”, salienta.
Dessa forma, a prótese é capaz de proporcionar para esses idosos o retorno para uma vida normal e a melhora das suas condições clínicas. A volta às atividades físicas, por exemplo, vão ajudar no emagrecimento e na melhora do colesterol.
“Claro que todo procedimento cirúrgico tem seu risco. Mas é importante frisar os benefícios. Quando forem maiores que os riscos, indicamos o procedimento”, finaliza o Dr. Pedro Baches.
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*Dr. Pedro Baches Jorge é médico Ortopedista, especializado em Joelho e Medicina do Esporte. Fundador do Núcleo de Medicina do Esporte do Hospital Sírio Libanês e Membro do Grupo de Trauma Esportivo da Santa Casa de São Paulo. Diretor Científico da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Trauma do Esporte (SBRATE) e Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ).
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