Joanete: tudo o que você precisa saber sobre!
Você, com certeza, já deve ter ouvido falar no joanete. Esse tipo de deformidade no pé é conhecida por atingir muitas pessoas, especialmente as mulheres. No entanto, as suas causas são desconhecidas para muitos — bem como o seu tratamento.
Além disso, há uma série de teorias populares acerca dele. Muitos afirmam, por exemplo, que o uso de sapatos desconfortáveis de forma frequente, como os de bico fino, são o principal motivo causador dessa disfunção.
Por isso, pensando em explicar o que é o joanete e muitos dos mitos acerca dele, o ortopedista Dr. Bruno Lee* apresenta alguns detalhes sobre sua causa, diagnóstico e tratamento. Acompanhe a leitura para saber tudo sobre o joanete.
O que é o joanete?
O Hallux valgus, conhecido popularmente como joanete, é uma deformidade em um dos ossos no pé. É uma situação relativamente comum e que atinge muitos brasileiros — sendo mais comum nas mulheres, mas que também pode atingir os homens.
Em linhas gerais, o joanete consiste na abertura ou desvio do primeiro metatarso — que fica localizado próximo ao dedão do pé. Dessa forma, ele vai causar uma saliência naquela região e, como consequência, pode gerar um desvio na hálux (o dedão).
Com essa deformidade, o dedão passa a ser “curvado” para dentro, por assim dizer. Causando, assim, uma sobrecarga em todos os outros metatarsos. Se não tratado, o paciente pode passar a conviver com dores constantes na região, como ao caminhar, por exemplo.
Embora o cenário acima seja o mais comum, ele não é o único. Também é possível que esse desvio aconteça no quinto metatarso. Assim, o joanete pode surgir no dedo mindinho. Nesse caso, ele é chamado de “joanete sastre” ou “bunionette”.
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Quais são as suas causas?
As causas do joanete ainda causam muitas incertezas nas pessoas. Existe, por exemplo, a crença que os calçados de bico fino podem ser um dos motivos para o seu surgimento. Entretanto, isso não é um fato comprovado cientificamente.
“A ideia que o sapato de bico fino é um causador é uma lenda. O que ele faz é causar uma dor maior e mais cedo”, contextualiza o Dr. Bruno Lee, especialista em ortopedia.
Dessa forma, não existe um fator central ou único para o joanete. Ele é multifatorial — ou seja, há um conjunto de causas que possibilitam o seu surgimento. No entanto, uma forte carga genética é uma das causas mais comuns.
Além disso, o gênero também é um fator que desempenha um papel importante nesse cenário. Como você viu, em geral, o joanete acomete mais as mulheres do que os homens.
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Quais os principais sintomas e como é o diagnóstico?
Os sintomas do joanete vão variar de acordo com o seu estágio da deformidade. No entanto, o seu desenvolvimento pode ser gradual. Isso significa que pode evoluir para casos mais graves caso não exista um diagnóstico e tratamento mais cedo.
Em geral, o joanete pode causar dores constantes na região do pé. A sobrecarga nos demais dedos também é capaz de dificultar o caminhar do paciente. Esse cenário pode ser agravado após longos períodos andando ou com o uso de um calçado desconfortável.
Por isso, é importante ficar atento aos sintomas mais comuns. Alguns deles são:
- surgimento de uma protuberância na lateral do pé;
- curva do dedo afetado sobre os outros;
- inflamação ou vermelhidão na região;
- dores no dedo, principalmente ao caminhar;
- inchaço na região e na articulação da região.
Ao serem identificados esses sintomas, o ideal é procurar um especialista. Nesse cenário, o diagnóstico deve ser feito por um ortopedista.
“O diagnóstico é clínico, pelo desvio visual do pé. Ele será confirmado por exames de imagem. Mas a indicação do tratamento é de acordo com os sintomas e não com o grau de desvio ou deformidade”, explica o Dr. Bruno Lee.
Assim, é importante destacar que sua evolução é progressiva. Por isso, quanto mais cedo o especialista puder atuar, mais será possível trabalhar em soluções para conter o avanço e, consequentemente, aliviar as dores.
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Qual é o tratamento ideal?
Como você viu, o tratamento do joanete será definido de acordo com os sintomas. “O tratamento se inicia por meio da troca de calçado, de algumas adaptações”, afirma o ortopedista.
Assim, o primeiro passo do processo de tratar o joanete está em usar calçados mais confortáveis, que não apertem a região. O uso de sapatos muito apertados, como os de bico fino, podem piorar os sintomas do hallux valgus.
Além disso, também é possível que sejam recomendados sapatos especiais, como os ortopédicos. Nesses casos, o objetivo é que ele minimize as chances de dores na região.
“Alguns exercícios também podem auxiliar na melhora da dor”, destaca o Dr. Bruno Lee. Dessa forma, é muito importante contar com um acompanhamento de um fisioterapeuta ou treinador físico. Assim, será possível desempenhar essas atividades de forma adequada e sem um agravamento dos sintomas.
No entanto, todos esses tratamentos apenas servem para aliviar a dor e conter o seu avanço. Para a correção da deformidade, o Dr. Bruno Lee destaca que o ideal é que seja realizada uma cirurgia no local.
Essa intervenção também pode ser indicada quando nenhuma das estratégias acima apresenta resultados no alívio da dor. Assim, a cirurgia pode ser a melhor solução. Para isso, o ideal é que a recomendação parta do médico ortopedista.
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É possível identificar algum tipo de predisposição ou evitar o surgimento?
Em alguns cenários, é possível identificar uma predisposição. “Se todas as mulheres da família tem, é um sinal de alerta. Mas não há algo que se possa fazer para evitar”, afirma o ortopedista Bruno Lee.
Nesse cenário, o que pode contribuir é priorizar o uso de calçados mais confortáveis. Isso pode atrasar ou minimizar as chances de um tratamento cirúrgico, pois vai incomodar menos”, ressalta ele.
Por isso, é importante ter conhecimento de uma eventual carga genética e, também, ficar atento aos sintomas. No entanto, “se a pessoa possui predisposição genética para ter o joanete, infelizmente ela irá desenvolver”, finaliza o Dr. Bruno Lee.
*Dr. Bruno Lee formou-se na Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo,e se especializou no atendimento de pacientes com patologias do pé e tornozelo. Tendo praticado inúmeras atividades esportivas durante sua vida, o médico integra seu conhecimento técnico ao esportivo, unindo o conhecimento anatômico, patológico e funcional para o alcance do melhor resultado no tratamento. Nos últimos anos, buscou continuamente o aperfeiçoamento nas técnicas minimamente invasivas para tratamento das patologias dos pés.
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