Conforme vamos ficando mais velhos, é natural que nosso corpo passe a não apresentar mais a mesma resistência de outras épocas. Em um cenário como esse, as possibilidades de fraturas se apresentam como um dos principais riscos à qualidade de vida de idosos em todo o mundo.
Em casos assim, um dos principais motivos são acidentes domésticos associados a musculatura já fragilizada e até a redução na capacidade da visão e audição. Os idosos acabam ficando mais suscetíveis a quedas e demais situação que antes não apresentavam tantos riscos.
No entanto, é possível encontrar soluções para minimizar essas possibilidades. Por isso, no artigo de hoje você vai entender melhor as fraturas em idosos e como preveni-las. Além disso, o Dr. Demian Miziara Amaral, Especialista em Ortopedia com foco n Fragilidade do Idoso, traz algumas dicas. Acompanhe a leitura!
Quais as causas e as fraturas mais comuns em idosos?
As quedas são os principais motivos para fraturas em idosos. Um estudo recente da Organização Mundial da Saúde apontou que cerca de 35% das pessoas acima de 65 anos, em nível mundial, sofrem ao menos uma por ano.
Além disso, esse número pode ser superior a 40% ao entrar em grupos com idade ainda mais avançada. Esses números mostram que um em cada três idosos passam por uma situação como essas de forma regular.
Essas quedas são bastante comuns especialmente em casa. Um tropeço em um tapete mal posicionado, por exemplo, pode ser suficiente para tal. Ao andar na rua, calçadas desniveladas ou buracos no trajeto também apresentam uma situação de risco.
Assim, esses acidentes podem causar danos irreversíveis à saúde do idoso. De acordo com o médico ortopedista Dr. Demian Miziara Amaral, as fraturas mais comuns são:
- do rádio distal (punho);
- da coluna lombar;
- da bacia;
- das costelas;
- do fêmur proximal.
Estas fraturas podem diminuir a independência das atividades básicas diárias do idoso. Dentre essas, a do fêmur pode apresentar os piores riscos — incluindo até a incapacidade de andar.
Quais os principais riscos pós-fraturas?
Quando falamos em fraturas e nos riscos à saúde, logo pensamos no cansativo tempo de recuperação. Os eventuais custos de cirurgias e remédios, que muitas vezes podem representar um grande impacto no orçamento mensal das famílias, também entram nessa equação.
No entanto, de acordo com o Dr. Demian Miziara Amaral, os riscos pós-fratura ainda vão além disso. Segundo ele, os efeitos colaterais dos medicamentos precisam ser considerados.
“O principal risco destas fraturas, de forma generalizada, é o aumento do consumo de medicamentos analgésicos, levando a sedação e possibilidade de constipação e delirium. De forma específica, as fraturas de coluna e fêmur proximal causam muita deficiência e limitação da independência do idoso. Podendo, inclusive levar ao óbito”, explica o ortopedista Dr. Demian Miziara Amaral.
Além disso, outras questões precisam ser levadas em consideração — especialmente no âmbito psicológico. Esses impactos e a falta de mobilidade, por exemplo, podem afetar bastante a saúde mental do idoso. Também podem gerar um temor em fazer certas atividades que antes pareciam comuns.
Como prevenir lesões?
Embora acidentes e lesões sejam comuns em qualquer pessoa, independentemente de faixa etária, em idosos os riscos podem ser maiores. Por isso, é fundamental encontrar estratégias para evitar essas situações.
“As melhores formas de prevenção são evitar quedas. Retirar tapetes e degraus no chão, evitar mudar móveis de lugar, diagnosticar e tratar possíveis causas de tontura”, explica o ortopedista.
Dessa forma, há algumas práticas a serem adotadas para minimizar cenários de risco, como:
1 – Avaliação da casa para remoção de riscos
Como o Dr. Demian explicou, a atenção aos detalhes da casa é fundamental. Portanto, é importante que o idoso e sua família possam fazer uma avaliação da casa e retirar obstáculos que podem causar tropeços e, consequentemente, quedas.
Outro ponto interessante é que, quando a casa tem um segundo andar, é imprescindível colocar um corrimão para apoiar a sua subida e descida. Nos banheiros, por exemplo, também deve haver barras de apoio e pisos antiderrapantes.
Em casos onde a mobilidade do idoso já está um pouco afetada — mesmo sem um fratura prévia — é interessante considerar o uso de bengala ou algo que auxilie no seu caminhar. Dessa forma, a casa se torna um ambiente mais seguro.
2 – Praticar atividades físicas regularmente
Além dos cuidados com a casa, é muito importante inserir atividades físicas no cotidiano. Dessa forma, é possível fortalecer a musculatura e melhorar a mobilidade para a realização de atividades cotidianas.
Esses exercícios, inclusive, não precisam ser pesados ou demandar grandes esforços por parte do idoso. A prática do pilates ou da musculação, sempre com acompanhamento de um profissional, já podem ser suficientes.
Aeróbios leves, como uma caminhada ou a hidroginástica, podem ajudar nesse fortalecimento do corpo. Ademais, exercícios que aumentem a flexibilidade também desempenham um papel importante — como a ioga.
3 – Manter uma rotina regular de exames
Por último, uma rotina regular de exames também vai atuar na prevenção de fraturas. Isso significa realizar exames físicos, de visão, de audição etc, frequentemente. Tudo para garantir que o idoso continue apto a realizar suas atividades cotidianas de forma segura.
Em quais casos a cirurgia é recomendada?
Em muitos casos, a cirurgia pode ser uma necessidade. No entanto, a saúde do idoso deve ser avaliada antes de concluir essa decisão. “Em alguns casos específicos, como pacientes acamados e frágeis, o tratamento conservador, e às vezes, até paliativo, poderá trazer mais conforto”, ressalta o Dr. Demian Miziara Amaral.
Por isso, de acordo com o ortopedista, o ponto mais importante do tratamento em si é avaliar o grau de fragilidade do paciente e possíveis sequelas. Dessa forma, estudando cada caso com suas devidas particularidades, é possível encontrar as melhores soluções.
Dessa forma, é fundamental trabalhar para minimizar as chances de acidentes. Assim, avaliar a casa e torná-la mais segura é o primeiro passo é um dos mais essenciais para tornar isso possível. Além disso, é importante também manter uma rotina de exercícios e exames.
*Dr. Demian Miziara Amaral é médico especializado em Ortopedia Geral, Ortopedia Oncológica e Ortopedia com foco em fragilidade no idoso. Tem formação em ortopedia, traumatologia e em oncologia ortopédica pela ISCMSP. Atende na Clínica SO.U nas Unidades do Itaim e Bela Vista, em São Paulo.
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