Em geral, nenhuma parte do corpo humano é exatamente igual, sempre há algumas nuances notadas entre um lado e outro. E, para as mulheres, é comum que grande parte note a assimetria de suas mamas. Ainda que normal, pode incomodar, afetar a autoestima e, até mesmo, esconder outra condição, como a escoliose.
“A escoliose é caracterizada por uma angulação na vértebra da coluna, podendo formar um “S” ou “C”. Com esse desvio na posição das costas, é possível que uma mama aparente maior ou em posição diferente”, explica o especialista em deformidades da coluna vertebral da Clínica SO.U, Dr. José Thiago Portela Kruppa.
A condição tem tipos diferentes, determinados pela causa e pela gravidade de acordo com a angulação. O tipo mais comum, por exemplo, é a idiopática, sem um motivo relacionado diretamente para o seu surgimento, e, em adolescentes, atinge principalmente meninas a partir dos 11 anos. Sendo muitas vezes uma doença que não tem sintomas claros, é importante que mulheres se mantenham atentas a essas alterações, de posição do ombro ou da assimetria das mamas, para o diagnóstico correto.
O tratamento para a escoliose muda a partir da avaliação da gravidade, podendo ser recomendado acompanhamento para avaliação do progresso, uso de colete e fisioterapia para fortalecimento dos músculos da região. Quando o ângulo da coluna ultrapassa os 45° é possível que seja indicada a intervenção cirúrgica.
Mas, no caso em que há a percepção da diferença das mamas, é recomendável a realização de cirurgia plástica para correção? De acordo com o médico, em casos nos quais a assimetria é muito grande, pode ser indicada a cirurgia. Porém, é preciso que cada caso seja avaliado. “A mamoplastia é uma solução viável, desde que o problema esteja controlado, estabilizado e que não haja nenhum problema a mais. Uma conversa entre o ortopedista e o cirurgião plástico é recomendada para avaliação e definição do procedimento”.
Como grande parte dos males à saúde, quanto antes for realizado o diagnóstico e tratamento, mais qualidade de vida os pacientes terão. Então é importante que haja o autocuidado constante e, ao reparar alguma alteração, que um médico seja consultado o quanto antes.
*Dr. José Thiago Portela Kruppa é Ortopedista e Cirurgião de Coluna pela Santa Casa de São Paulo. Especialista em deformidades da coluna vertebral. Médico do Grupo de Coluna da Escola Paulista de Medicina. Chefe do Grupo de deformidades da coluna do Hospital Geral de Guarulhos. Cirurgião de Coluna da Clínica SO.U
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