Assim como em outras profissões, ao longo dos anos o aumento das possibilidades terapêuticas e da tecnologia diagnóstica na área da saúde segmentou seus campos de atuação. Dessa diversificação surgiram áreas como a medicina esportiva. Em sua atuação, o médico do esporte é um gestor da saúde do atleta ou esportista. É ele o responsável pela prevenção, diagnóstico e tratamento das lesões esportivas de uma equipe, bem como da otimização do desempenho desta, independentemente de seu nível de treinamento. Em síntese, trata-se da eficiência médica a serviço da eficiência esportiva.
Tão complexa quanto outras áreas da medicina que temos, a medicina do esporte abrange vários desdobramentos. Cada médico do esporte subespecializa-se em diferentes áreas. Casos, por exemplo, da ortopedia do esporte, possivelmente a mais conhecida, por conta do futebol, da cardiologia do esporte, ou da endocrinologia esportiva, só para citar algumas. Com o desenvolvimento global do esporte, tanto midiático quanto em desempenho, a medicina esportiva cresce.
Sucesso do Brasil
Por exemplo o sucesso do Brasil em um esporte, que ultimamente traz títulos mundiais e orgulho ao país: o surfe. Expoentes máximos das ondas, Gabriel Medina, bicampeão mundial 2014-2018; Adriano Mineirinho, campeão em 2015, e Ítalo Ferreira, que obteve o título máximo do esporte em 2019, têm, em seus respectivos “staffs”, um ortopedista e um endocrinologista que os acompanham de perto, não raro literalmente com os pés na areia da praia, durante as competições. O mesmo acontece com surfistas de ponta de outros países, adversários dos brasileiros no circuito mundial que é semelhante à Fórmula 1, com etapas em vários países.
Médico de campo
Em inúmeros outros esportes, habita igualmente a figura do médico de campo, ou de quadra, profissional que acompanha in loco o desenrolar de treinos e disputas, gerenciando e acompanhando diretamente o atleta ou grupo de atletas. Embora sua imagem seja muito associada a esportes com bola, modalidades como judô e patinação artística igualmente requerem a presença desse profissional.
Entretanto, o papel da medicina esportiva na sociedade moderna, assim como da medicina como um todo aplicada pelos Médicos sem Fronteira, não para por aí. Em recente artigo denominado “Exploring the Edges of Sport and Exercise Medicine” -“Explorando as Fronteiras do Esporte e da Medicina do Exercício”, o British Journal of Sports Medicine jogava holofotes em questão de suma importância.
“Com a medicina do exercício estabelecendo-se cada vez mais como uma disciplina fértil e relevante, é hora de nos perguntarmos: isso importa? No fundo, estamos fazendo algo em prol da inatividade física?”, questionava o texto.
Em seu conteúdo, trata-se de uma convocação explícita para que os profissionais da medicina esportiva passem a dedicar-se um pouco mais, no combate ao sedentarismo. A conta é simples: vastas populações adultas sedentárias custam muito mais a seus respectivos governos. Uma hora a conta chega. E todo mundo perde. Um dos papéis do profissional de medicina esportiva, convoca o estudo, é tentar fazer com que o esporte seja cada vez mais inclusivo. Principalmente para quem ainda não está dentro dele.
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