Cada mulher sente de forma diferente seu ciclo menstrual e tem uma relação própria com esse período do mês, e, quase que por unanimidade, é considerado um momento de incômodo. Porém, algumas podem senti-lo de forma ainda mais intensa, com fortes dores. Quando isso ocorre, é preciso ter atenção para a possibilidade de endometriose.
Para entendermos sobre a doença, primeiro precisamos explicar que o endométrio é o tecido que reveste o interior do útero. É nele que o óvulo fertilizado fica implantado. Quando não ocorre essa fecundação, boa parte do endométrio é eliminada durante a menstruação. A parte que permanece se regenera e o processo se repete a cada ciclo.
Atingindo uma a cada 10 brasileiras, de acordo com o Ministério da Saúde, a doença é caracterizada pela presença do endométrio fora da cavidade uterina, ou seja, atingindo outros órgãos da pelve, como ovários, intestinos, útero e bexiga. Isso normalmente acontece porque células do endométrio que deveriam ser expelidas fazem o caminho inverso e vão para os ovários ou cavidade abdominal, onde se multiplicam.
Normalmente, a doença é diagnosticada entre os 25 e 35 anos. Estima-se que há um atraso na identificação da endometriose, uma vez que normalmente não é dada a devida atenção às dores intensas no período menstrual, um dos principais sintomas. Ainda, mulheres afetadas pela enfermidade podem apresentar:
• Dores nas relações sexuais com penetração, em geral relacionada ao local de contato no interior da vagina
• Dores ao urinar e evacuar, principalmente durante o período menstrual
• Fadiga
• Diarreia
• Dificuldade para engravidar
Na população das mulheres com infertilidade, a endometriose pode acometer até 50% delas.
O diagnóstico é difícil de ser feito em exames físicos, então é importante realizar exames específicos, como o ultrassom transvaginal com preparo intestinal e a ressonância magnética da pelve.
O tratamento da endometriose depende dos planos reprodutivos. Para aquelas mulheres que não desejam engravidar, podem ser utilizados métodos que interrompam os ciclos menstruais espontâneos, como pílulas ou o DIU que libera hormônio, ou tratamento cirúrgico minimamente invasivo. Já para aquelas mulheres que desejam engravidar, sugere-se procurar ajuda especializada a fim de avaliar as demais características do casal.
As causas para seu aparecimento ainda não são claras, assim como não há formas comprovadas de prevenção. Então, o melhor é manter-se atenta aos sintomas e procurar um médico para diagnóstico rápido, o que irá evitar a progressão da doença.
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