O que é o infarto do miocárdio?
O infarto do miocárdio, conhecido popularmente como ataque cardíaco, é uma das principais preocupações das pessoas. Afinal, ele é uma das maiores causas de falecimento entre os cidadãos brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Esse mal pode atingir diversos públicos e não está ligado apenas a doenças ou idade — podendo vitimar jovens e idosos. Logo, é fundamental saber quais são os principais fatores para entender como se prevenir da melhor maneira.
Quer saber mais sobre o tema? Neste artigo, o Dr. Murilo Coelho*, médico cardiologista, explica as principais questões e tira dúvidas pertinentes sobre o assunto. Não perca!
Antes de saber como se prevenir do ataque ao miocárdio, é interessante saber o que ele é. Afinal, embora não seja uma situação rara, o seu significado ainda desperta dúvidas.
Também chamado de ataque cardíaco, ele consiste no surgimento de um coágulo que interrompe o fluxo de sangue para o coração. Logo, essa obstrução causa a morte das células que estão presentes naquela determinada região.
“O infarto do miocárdio é causado, principalmente, pela oclusão de uma ou mais artérias coronárias que irrigam o músculo cardíaco”, diz Murilo Coelho. Assim, uma vez que o fluxo da região é impedido, ocasiona uma reação negativa no indivíduo.
Portanto, a região que não recebe a irrigação correta inicia um processo de morte progressivo. O cenário pode levar a óbito ou causar séria insuficiência no músculo cardíaco — até gerando a necessidade de um transplante do órgão.
O que causa o infarto?
Existem inúmeras causas que podem ser culpadas pelo ataque cardíaco. No entanto, a mais comum é o acúmulo de gordura que causa a obstrução nas artérias. Essa oclusão é um obstáculo que impede o fluxo normal do sangue.
Apesar de não estar apenas relacionado em sua totalidade a aspectos como idade e hábitos da pessoa, existem fatores de risco que você deve ter atenção, como:
- colesterol;
- tabagismo;
- estresse;
- depressão;
- obesidade;
- pressão alta;
- diabetes;
- histórico familiar.
Os diabéticos estão mais expostos ao risco de ter um ataque cardíaco. Estima-se que o perigo é de duas a quatro vezes maior para essa parcela da população. No público feminino esse risco também pode ser aumentado por fatores como o uso de anticoncepcionais.
Quais são os principais sintomas que o corpo manifesta?
O principal indício que algo não está fluindo como deveria é a dor. Ela pode ser caracterizada por um leve desconforto indo até uma dor fulminante. Inclusive, essa manifestação consegue irradiar para outras regiões do corpo.
O rosto, as costas, braços, principalmente o do lado esquerdo do corpo, podem sofrer com uma dor irradiada. Além disso, as dores são habitualmente acompanhadas por um aperto na região torácica, náuseas, vômitos ou falsa sensação de que algo está pesando sob o seu peito.
“Os sintomas mais comuns se caracterizam como uma dor em pressão ou aperto localizada na região retroesternal, podendo irradiar para os membros superiores e região da mandíbula, com duração prolongada (mais de 30 minutos)”, complementa Murilo Coelho.
É necessário ressaltar que o diagnóstico do público feminino e dos idosos pode ser mais desafiador: “A apresentação clínica pode assumir distintas apresentações [nesses casos]”, comenta o especialista.
Ademais, vale a pena ter atenção a qualquer sinal súbito e prolongado que o seu corpo possa apresentar. Principalmente entre os idosos que, muitas vezes, os sinais não são específicos, é indicado estar atento e fazer todos os exames sugeridos pelo seu médico.
Como é feito o diagnóstico de infarto?
Além de ouvir as queixas do paciente, analisar o histórico familiar, também é feito um exame clínico, que é o mais utilizado para o diagnóstico de anormalidade na região onde está localizado o coração, vasos e artérias importantes.
O ECG, que é o eletrocardiograma, detecta o ataque cardíaco e identifica qual é o tipo de infarto que o indivíduo está manifestando. Esse reconhecimento é essencial para iniciar o tratamento mais efetivo de forma urgente.
Nesse cenário, os exames sanguíneos também podem ser solicitados para que seja feito um diagnóstico com exatidão. Essa etapa pode ser feita durante os primeiros cuidados após a manifestação da enfermidade.
Quais são os possíveis tratamentos?
“Após um infarto, os possíveis tratamentos envolvem uso de medicamentos, procedimentos para desobstruir artérias ou cirurgia de revascularização miocárdica. Em algumas situações há uma combinação destas terapêuticas”, diz Murilo Coelho.
Os tratamentos medicamentosos podem incluir os seguintes remédios que podem prevenir a formação de coágulos, sendo eles: clopidogrel, ticagrelor, ácido acetilsalicílico (AAS), dentre outros.
Além dos citados, em determinados casos pode ser indicado a realização de cateterismo cardíaco — procedimento que visa a desobstrução do interior dos vasos. Nesse tratamento é possível colocar próteses, conhecidas como stents, na região.
Em ambos os tratamentos, seja via medicamentosa ou por procedimento, é necessário o acompanhamento de um profissional especializado na área. Ele irá analisar a resposta do seu corpo aos cuidados empregados.
Como é possível prevenir o infarto agudo do miocárdio?
A prevenção é o mais indicado para evitar uma situação problemática como essa. Ou seja, busque tratar os fatores de risco antes de ter que tratar as consequências, que podem ser fatais.
“A prevenção envolve modificações de estilo de vida, cessar o tabagismo, diminuir consumo de gordura saturada, fazer atividade física e diminuir o estresse. [É indicado controlar] doenças como hipertensão, diabetes e colesterol elevado”, pontua o especialista.
Além dessas recomendações, é positivo fazer exames de rotina com a frequência indicada pelo profissional de saúde que faz o seu atendimento. Caso você tenha predisposição a um episódio de infarto, esse acompanhamento deverá ter uma maior periodicidade.
O que fazer ao sentir os primeiros sintomas?
Agora que você já sabe quais são os primeiros sintomas de um ataque do coração, ao surgir algum dos sinais listados procure uma unidade de prestação de socorro ou entre em contato pelo 192 para solicitar uma ambulância.
Também é indicado que, se a atendente da emergência aconselhar, solicite ajuda para familiares, amigos e vizinhos. Eles podem levar você até um hospital sem a necessidade de aguardar a unidade móvel do Samu.
Um dos primeiros socorros indicados, se o indivíduo tiver com poder de ingerir um comprimido sem dificuldades, é a aspirina (ácido acetilsalicílico). Ao chegar na unidade de atendimento informe ao seu médico a respeito da ingestão do medicamento.
Veja também: Morte súbita no esporte: o que você precisa saber sobre o assunto
Dr. Murilo Martins Coelho* é médico Cardiologista no Hospital Sírio Libanês | CRM 94231
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