A meditação deixou de ser uma prática exótica vinda do oriente para fazer parte de cada vez mais pessoas no mundo ocidental – e acabou por conquistar o aval da medicina. Cada vez mais médicos acreditam que ela pode ser um ótimo instrumento para a saúde mental, física e emocional, inclusive para idosos.
Tanto que em maio de 2016, o Ministério da Saúde (MS) baixou portaria incentivando postos de saúde e hospitais públicos a oferecer a meditação em todo o país. Nesse mesmo ano, a agência do governo dos Estados Unidos (EUA) responsável por estudos e pesquisas médicas, a NIH – National Institute of Health (Instituto Nacional de Saúde) reconheceu a meditação como prática terapêutica que pode ser associada à medicina convencional.
O objetivo da meditação é alterar a consciência, encontrar equilíbrio e alcançar a paz, usando principalmente a respiração e o relaxamento. No geral, seus principais benefícios são prevenir e combater a hipertensão arterial, depressão, dor crônica, insônia e ansiedade, entre outros.
Os ganhos
- Beneficia a memória: Os centros dominantes de armazenamento de memória de longo prazo e memória de curto prazo, o hipocampo e o lobo frontal do cérebro, tornam-se bem estimulados durante a meditação. O que isso significa para o idoso? Melhor recuperação da memória de longo e curto prazo, incluindo a recuperação de memórias perdidas há muito tempo. O cérebro da pessoa que envelhece, por meio da meditação, tem a garantia de reter a capacidade de armazenar novas memórias agora, bem como ao longo dos anos.
- Melhora a digestão e a imunidade: Os exercícios de respiração profunda, que são básicos em qualquer programa de meditação, melhoram a circulação e o enriquecimento do oxigênio no sangue, enviando ajuda extra a todos os órgãos, incluindo o estômago e os intestinos. O aumento de oxigênio extra da meditação também ajuda a melhorar a performance do sistema imunológico, cura os pulmões e melhora a circulação.
- Estimula a felicidade e combate a depressão: Ao estimular a região do córtex pré-frontal, responsável pela sensação de “bem-estar”, idosos que sofrem de depressão podem se beneficiar muito com a meditação. Com mais sentimentos de felicidade na mente, há estímulo para renovar o prazer de viver.
- Aguça a concentração: Os hemisférios cerebrais sincronizados, esquerdo e direito, do idoso que pratica meditação, permitem uma notável melhora da função cerebral. Melhor foco, mais criatividade, inteligência mais rápida são apenas alguns dos benefícios disponíveis. A meditação é muitas vezes mais eficaz do que palavras cruzadas.
- Combate o estresse: Para idosos, o estresse de longo prazo pode vir de várias fontes: doença crônica, deficiência ou perda do cônjuge. Dois fatores significativos de envelhecimento e qualidade de vida, estresse e ansiedade ao final da vida, são bastante reduzidos após o início de um programa de meditação.
Equívocos
Um deles é que a meditação diz respeito a alcançar um tipo de relaxamento semelhante à sonolência, que deve deixar seu corpo e mente nublados e sem brilho e sua consciência desaparecer. Não, esse não é o tipo de relaxamento que se busca na meditação, mas sim aquele capaz de melhorar o senso de estabilidade e a sensibilidade do praticante
O outro equívoco é que você não está meditando, a menos que sua mente fique aberta e em branco. Essa é exatamente a atitude errada.
Os tipos
Não há uma maneira certa ou errada de meditar, mas é importante encontrar a prática que melhor responda às suas necessidades e complemente sua personalidade. Afinal, nem todos os estilos de meditação são adequados para qualquer um. Conheça três populares de meditação.
Meditação da atenção plena (mindfulness) – A orientação é prestar atenção aos próprios pensamentos, quando eles passam pela mente, sem julgá-los ou se envolver com eles. Pode ser útil se concentrar em um objeto ou em sua respiração enquanto observa quaisquer sensações, pensamentos ou sentimentos corporais. Pode ser praticada facilmente sem a orientação de um professor.
Meditação transcendental – É a mais conhecida e a mais estudada cientificamente. Cada praticante recebe um mantra específico para ele, dado pelo instrutor, para o ajudar a obter o estado chamado de ‘repouso em alerta’, em que não se está nem acordado ou dormindo, embora relaxado e consciente. Foi trazida para o ocidente em 1958 pelo indiano Maharishi Mahesh Yogi
Meditação focada – Envolve a concentração usando qualquer um dos cinco sentidos. Por exemplo, se concentrar em algo interno, como a respiração ou, por exemplo, focar na chama de uma vela ou ouvir um som. Se a mente divagar, é importante voltar à prática e focar novamente.
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