O Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma doença que tem ganhado espaço para discussão nos últimos anos e, por isso, gerado também muita curiosidade.
Com uma grande quantidade de conteúdo disponível sobre o assunto, é importante saber filtrar as informações corretas para evitar falsas interpretações que dificultam a quebra de paradigmas sobre o transtorno. Afinal, é possível viver bem com o TDAH!
Neste artigo, você conhece mais sobre o TDAH, sabendo quais os principais sintomas, como identificar e os tratamentos disponíveis. Aproveite a leitura!
O que é TDAH?
O Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade, ou TDAH, é um transtorno neurobiológico com causas genéticas, biológicas e ambientais. É comum que este transtorno se manifeste na infância, acompanhando o indivíduo durante toda a vida.
São três sintomas que caracterizam o TDAH:
- Desatenção;
- Impulsividade;
- Inquietude (também conhecida como hiperatividade).
De acordo com a Associação Brasileira do Deficit de Atenção (ABDA), o Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade costuma atingir de 3% a 5% das crianças ao redor do mundo, sendo também uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde.
Como citado anteriormente, o TDAH normalmente aparece durante a infância, no entanto, permanece até a vida adulta, tendo alguns dos sintomas mais amenizados com o processo de envelhecimento.
Quais são os tipos de TDAH?
Existem três tipos de TDAH diagnosticados, sendo cada um deles com um padrão de sintomas de desatenção, impulsividade e hiperatividade. Em alguns casos, pode haver a combinação de duas destas características.
Para ficar mais compreensível, entenda como diferenciar os tipos de TDAH:
Tipo 1: TDAH desatento
Nestes casos, a pessoa com Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade tem dificuldade para se manter concentrada durante muito tempo, rapidamente desviando o foco para uma outra atividade ou ação.
Por se desconcentrarem com facilidade, estas pessoas acabam cometendo muitos erros por falta de atenção ou mesmo evitam fazer atividades que exijam muito esforço mental.
Outras características do TDAH tipo 1, são:
- Dificuldade em gerir o tempo;
- Perder objetos ou algo importante do dia-a-dia;
- Não ouvem quando são chamados;
- Esquecem o que vão falar.
Tipo 2: TDAH hiperativo/impulsivo
O TDAH hiperativo ou impulsivo é aquele perfil em que a pessoa não consegue ficar parada, precisando se movimentar constantemente.
Além de não conseguir ficar parada por muito tempo no mesmo lugar, a pessoa acaba tendo a necessidade de mexer a mão, os pés ou o próprio corpo quando está sentada por muito tempo.
Da mesma forma, a impaciência em ficar parado também se reflete na necessidade de fazer mais de uma atividade ao mesmo tempo, já que a pessoa precisa evitar o tédio.
Outras características do TDAH tipo 2:
- Não sabem lidar bem com frustrações;
- Apresentam temperamento explosivo;
- Mudam os planos de uma hora para a outra;
- Estão mais propensos a outros vícios como jogos, álcool, drogas e outros;
- A fala não acompanha a velocidade dos pensamentos.
Tipo 3: TDAH tipo combinado
Este é o tipo de TDAH que gera mais dificuldade no momento do diagnóstico, já que a pessoa precisa apresentar a combinação dos dois tipos citados acima, trazendo características mescladas deles. Ou seja, uma pessoa com sintomas de hiperatividade e desatenção.
Além dos diferentes tipos, o Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade também se apresenta em grau diferentes. Sendo eles:
- Leve: poucos sintomas. Traz pequenos prejuízos sociais, profissionais ou acadêmicos;
- Moderado: sintomas e alguns prejuízos de graus leve e grave;
- Grave: sintomas mais acentuados, com grande prejuízo funcional, social, acadêmico e profissional.
Quais são as causas do TDAH?
Estudos mostram que o TDAH não está relacionado a fatores culturais ou como os pais educam seus filhos, nem mesmo é resultado de conflitos psicólogos. Na verdade, o Transtorno de Deficit de Atenção é causado por uma combinação entre fatores genéticos, ambientais e alterações no cérebro.
No caso de pessoas com TDAH, há pesquisas que mostram alterações na região frontal do cérebro, responsável por inibir comportamentos inadequados, capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
Também são apontadas algumas causas a partir das alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões, como:
Genética e Hereditariedade
Apesar de não serem responsáveis pelo transtorno em si, os genes trazem uma predisposição para o desenvolvimento do TDAH. Ou seja, as chances do transtorno aparecer são bem maiores em filhos e familiares de pessoas que já tenham o Transtorno de Deficit de Atenção com Hiperatividade. A hereditariedade média do TDAH é de 76%.
Substâncias ingeridas na gravidez
Também existem estudos que apontam a possibilidade do desenvolvimento do TDAH a partir de substâncias ingeridas na gravidez. Substâncias como nicotina e o álcool quando ingeridas durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo a região frontal orbital.
Fatores ambientais
Outros motivos que impactam no TDAH são os fatores ambientais, crianças que nascem abaixo do peso terem um risco de 2 a 3 vezes em desenvolver o transtorno. Também podem ser decisivas questões como histórico de abuso infantil e negligência familiar.
TDAH e Autismo são o mesmo?
Muitas vezes o Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) são confundidos entre si, contudo eles não são a mesma coisa.
Como falado anteriormente, o TDAH tem causas genéticas, combinando características como desatenção e hiperatividade. Por outro lado, o Autismo é um transtorno de neurodesenvolvimento, gerando dificuldades na comunicação, interação social e presença de padrões repetitivos.
Ou seja, a diferença entre os transtornos está no campo de dificuldade. As pessoas com TDAH têm maior dificuldade no controle inibitório, já as pessoas com TEA apresentam maior dificuldade na flexibilidade cognitiva e planejamento.
Como identificar o TDAH?
O diagnóstico do TDAH deve ser feito por um profissional especializado psicólogo, psiquiatra ou neurologista para evitar confusões ou mesmo apontar que alguém tem o transtorno quando na realidade não tem.
Normalmente, a busca pelo profissional é despertada após o aparecimento de alguns sintomas. No caso das crianças, é importante estar atento à rotina escolar, pois é neste período que o transtorno se torna mais facilmente identificado. Da mesma forma, os adultos devem ficar atentos aos comportamentos apresentados no dia-a-dia, para verificar alguma alteração.
É importante lembrar que o diagnóstico não é feito apenas pelas características comportamentais, mas também na avaliação do histórico de combinação, frequência e intensidade das manifestações dos sintomas.
Quais são os tratamentos e como lidar?
Uma pessoa diagnosticada com TDAH pode recorrer a uma série de tratamentos, principalmente à combinação entre eles. Entre as possibilidades de tratamento, temos:
- Uso de medicação: podem reduzir a hiperatividade e impulsividade, além de melhorar a capacidade de concentração, trabalho e aprendizado da pessoa que tem o transtorno;
- Orientação psicológica: é possível trabalhar cenários e condicionar o paciente a ter determinadas reações funcionais a partir das circunstâncias vivenciadas;
- Acompanhamento com fonoaudiólogo: indicado para casos em que a fala e escrita também são prejudicadas;
- Mudança de hábitos: alimentação saudável e rotina de exercícios físicos ajudam a controlar os sintomas do transtorno, melhorando o funcionamento cognitivo e comportamental.
Em grande parte dos casos de crianças e adolescentes que sofrem com TDAH, existe uma dificuldade em conviver com o transtorno.
Por isso, é importante que a pessoa siga os tratamentos indicados pelos profissionais para ter melhores resultados em relação aos sintomas e principalmente buscar informações com especialistas, para não acreditar em tudo que se absorve sobre o tema.
Além disso, buscar atividades prazerosas é essencial para ter uma rotina mais dinâmica com melhor qualidade de vida, amenizando os sintomas do transtorno.
E o mais importante é: não ter vergonha de ser diagnosticado com o transtorno. Fugir ou se importar com a opinião dos outros em relação ao TDAH serve apenas para dificultar o tratamento e impedir a superação dos desafios.
Veja também: Autismo: níveis, diagnósticos e tratamentos
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