Você já ouviu falar na otite do nadador? Ela é uma infecção no canal auditivo que pode ser causada por bactérias ou fungos. Embora seja mais comum em crianças, pode afetar pessoas de todas as idades.
Geralmente, ela que também é chamada de otite externa, tem como motivo o acúmulo de água contaminada no ouvido. No entanto, também pode ser causada por lesões externas — como no uso de cotonetes, por exemplo. Dessa forma, além da dor no ouvido, pode causar secreção e até evoluir para casos mais graves se não houver o tratamento adequado.
Por isso, pensando em abordar melhor a temática, o Dr. Alexandre Sgavioli, otorrinolaringologista, explica como tratar a infecção e traz dicas para evitar. Quer saber mais? Então, continue a leitura!
Quais são as principais causas?
Como você viu, a otite do nadador tem como causa principal o acúmulo de água no canal auditivo — daí, inclusive, vem seu nome — ou por lesões na região do ouvido. Segundo o Dr. Alexandre Sgavioli, alguns dos principais motivos para isso são:
- excesso de umidade no ouvido, como transpiração, tempo úmido e acúmulo de água no ouvido;
- arranhões ou abrasões em seu canal auditivo;
- sensibilidade a produtos como xampu ou sabonete.
Esse cenário propicia que micro-organismos, como bactérias e fungos, penetrem e causem as infecções. Isso se dá pois o contato frequente com água pode facilitar a remoção da cera, que é uma proteção do ouvido.
“Os canais auditivos externos têm defesas naturais que ajudam a mantê-los limpos e evitar a infecção”, explica o otorrinolaringologista.
Uma das principais características dessa proteção são suas glândulas que secretam uma substância cerosa. Estas, por sua vez, são responsáveis por formar proteção que vai repelir sujeiras, células mortas e outros organismos.
Além disso, também há um declive no canal auditivo. Ele existe para facilitar esse processo de “escoamento” de água. Dessa forma, uma infecção na região indica que as defesas não estão agindo como deveriam.
Contudo, o Dr. Alexandre também destaca que existem alguns fatores que podem aumentar os riscos de adquirir a infecção, como:
- nadar em locais que não apresentam a higiene necessária;
- um canal auditivo pequeno, que pode facilitar o acúmulo de água;
- uso de cotonetes, dedos ou outros objetos que podem machucar o ouvido.
- utilização constante de fones de ouvido, tampões e outros dispositivos;
- dermatites crônicas.
A alergia a itens como protetor solar, brincos etc também pode tornar a região do ouvido mais sensível à infecções.
Quais os sintomas?
A otite externa é mais comum em crianças, principalmente na faixa etária entre 7 e 12 anos. No entanto, essa infecção também pode atingir adultos. Dessa forma, de acordo com o Dr. Alexandre Sgavioli, os sintomas mais comuns podem incluir:
- dor ou sensibilidade (em um ou ambos os ouvidos);
- audição abafada;
- bloqueio no ouvido;
- secreção proveniente da região;
- zumbidos constantes;
- pruridos (coceira) no ouvido.
Além disso, em alguns casos mais graves, é comum a ocorrência de febre. Também é possível que aconteça uma perda momentânea ou parcial da audição.
Por isso, ao apresentar sintomas como esses, a recomendação é buscar um otorrinolaringologista o mais rápido possível. Será ele o responsável pelo diagnóstico e por dar início ao tratamento.
Como tratar a otite do nadador?
O primeiro passo para tratar a infecção é buscar atendimento médico. A otite externa é, frequentemente, tratada pelo otorrinolaringologista — como você viu.
Geralmente, o tratamento é feito com gotas auriculares que contenham antibiótico. O objetivo é o de inibir o crescimento bacteriano.
“Se a infecção em crianças for mais grave, o médico poderá também prescrever um antibiótico oral”, salienta o Dr. Alexandre
Em casos mais simples, a infecção deverá começar a desaparecer em dois ou três dias. O tratamento, normalmente, pode durar até uma semana. Além disso, o uso de itens como compressas quentes no local pode ajudar a aliviar a situação.
No entanto, se não tratada, a otite do nadador pode evoluir para casos mais graves. Uma das situações mais comuns, por exemplo, é que ela se torne uma complicação crônica.
Outra situação de risco, decorrente da otite externa, são as infecções cutâneas mais graves — como a celulite. É possível, inclusive, evoluir para uma lesão óssea ou na cartilagem. Por isso, é imprescindível buscar o acompanhamento de um especialista.
*Dr Alexandre Sgavioli Otorrinolaringologista pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Já atuou no programa Saúde no Esporte da prefeitura de SP e na Federação Paulista de Boxe (FEBESP).
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