Uma das muitas preocupações dos pais com os filhos, certamente passa pelas dores e incômodos relativos ao crescimento. Entre as condições que podem surgir nesta fase é a Síndrome de Legg-Calvé-Perthes. Também conhecida como Doença de Perthes, é uma síndrome rara que atinge principalmente crianças do sexo masculino entre cinco e dez anos de idade.
A doença é uma osteocondrose que é o nome que se dá, em doenças, para a osteocondrite de crescimento, ou seja, não inflamatório, que ocorre durante a fase de crescimento do indivíduo e afeta o núcleo da epífise. O distúrbio é causado por uma necrose da epífise femoral, decorrente de um trombo sem causa definida. Como consequência tardia, pode haver ossificação da cartilagem, espécie de desarranjo que diminui o suprimento sanguíneo na cabeça femoral em desenvolvimento. O fato de não conhecermos de maneira precisa a etiologia da doença torna mais difícil, na prática, prever o seu comportamento. Quanto mais novo o paciente melhor tem sido o prognóstico de longo prazo. Acredita-se que esteja relacionada ao fornecimento de sangue insuficiente para a parte superior do fêmur. Em geral, apenas uma perna é afetada.
A síndrome pode ocasionar danos graves ao quadril, sem necessariamente causar sintomas significativos no início.
E deve prestar-se atenção aos sinais. Dor na articulação do quadril e a dificuldade em caminhar costumam ser os primeiros sintomas da Legg-Calvé-Perthes. Ela tende a piorar lentamente, e geralmente aparece quando se mexe o quadril ou se caminha. Algumas crianças se queixam apenas de dor no joelho, enquanto outras começam a mancar. Com o tempo, o movimento articular se torna limitado e os músculos da coxa podem se desgastar por falta de uso. Esses danos graves podem conduzir à artrite permanente do quadril.
O diagnóstico da doença é confirmado através de radiografia. Porém, outros exames podem ser necessários como a ressonância magnética e a cintilografia para o médico obter mais informações sobre a gravidade da doença.
Quanto ao tratamento, a sua escolha depende da idade da criança e da quantidade de dano ao osso. Contudo, o mais comum é o repouso prolongado no leito ou a imobilização do quadril com um gesso ou tala durante alguns meses. Em casos de destruição óssea moderada ou grave, uma cirurgia pode ser necessária. Para evitar o atrofiamento dos músculos, a fisioterapia também é utilizada. A doença de Legg-Calvé-Perthes costuma apresentar melhora, que pode levar de meses a anos, dependendo de cada caso.
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